Caixão ficava sobre o corpo

Casa sutil
Este desenho mostra como eram as casas dos sutis na região

Os sutis eram cristãos, mas não desprezavam os ritos africanos. Velavam seus mortos em casa. Faziam o caixão de madeira e o carregavam embrulhado numa mortalha de pano até o Cemitério dos Caboclos, hoje nas margens da PR- 323, que corta Paiçandu. O caixão era deixado sobre o corpo na cova. Os de criança eram descartados atrás de uma capela que existia no local.
Na comunidade vivia um curandeiro. Segundo Contardi, gente de longe vinha consultá-lo. Ele mirava um espelho para indicar o chá ao doente. “Eu mesmo fui algumas vezes levar um dos meus filhos que vivia doente e funcionou”, conta.
Entre as festas da comunidade, havia também a de São Gonçalo. O violeiro Júlio Pires de Morais, 87, do distrito de Floriano, em Maringá, era convidado para tocar em homenagem ao santo.
Ele lembra que os casais caminhavam até o altar e voltavam de costas, pois a tradição não permitia que se desse as costas para o santo. “Havia muita animação e bons violeiros entre os sutis”, recorda-se.

Julio violeiro
Violeiro Julio Pires tocava nas festas de São Gonçalo promovidas pelos sutis na comunidade de Paiçandu

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