Greve é um estado de consciência

De Silvio de Oliveira Barbosa:
Quanto recebe um zelador no Estado de São Paulo? Salário de R$ 2,6 mil é quanto ganha um zelador. É humano e justo que um servidor na classe III fique durante 7 anos com seu salário congelado em R$ 809,00.
A União acredita que não, uma vez que no Capítulo V, da Lei nº. 11.091/2005, que instituiu o plano de cargos e salários dos técnicos das universidades federais, coloca como parâmetro para progressão na carreira em seu artigo 10 a progressão por capacitação profissional após 18 meses: “Art. 10. O desenvolvimento do servidor na carreira dar-se-á, exclusivamente, pela mudança de nível de capacitação e de padrão de vencimento mediante, respectivamente, Progressão por Capacitação Profissional ou Progressão por Mérito Profissional. § 1º Progressão por Capacitação Profissional é a mudança de nível de capacitação, no mesmo cargo e nível de classificação, decorrente da obtenção pelo servidor de certificação em Programa de capacitação, compatível com o cargo ocupado, o ambiente organizacional e a carga horária mínima exigida, respeitado o interstício de 18 (dezoito) meses, nos termos da tabela constante do Anexo III desta Lei. § 2º Progressão por Mérito Profissional é a mudança para o padrão de vencimento imediatamente subseqüente, a cada 2 (dois) anos de efetivo exercício, desde que o servidor apresente resultado fixado em programa de avaliação de desempenho, observado o respectivo nível de capacitação.”
O governo do Paraná indo na contramão da União vem impor um limitador de tempo ainda maior do que hoje existente, tornando a carreira inviável aos novos servidores , e desta forma desestruturando toda a categoria. Neste momento é importante perguntarmos a quem interessa a desestruturação da carreira universitária das IEES? Sem sombra de dúvidas os beneficiados serão os empresários donos das empresas que ganharão as licitações para tocarem a toque de caixa os serviços essenciais, que mais cedo ou mais tarde serão terceirizados pelo atual governo, cujo lema principal é o do estado mínimo, o qual entrega a iniciativa privada os serviços essenciais dos quais ele Estado deveria gerir.
Assim o governo do Estado do Paraná ira concentrar ainda mais a renda nas mãos dos já enriquecidos empresários que gastarão seu dinheiro em Nova York ou Paris, em detrimento da categoria dos servidores das IEES.
Desta forma estaremos institucionalizando nas IESS a subdivisão dentro de uma mesma classe, os quais terão poder aquisitivo menor do que aqueles que hoje são servidores, ou seja será o empobrecimento da categoria.
Não podemos ser demagogos dizendo que queremos uma universidade pública, gratuita e de qualidade, e aprovarmos um absurdo, que engessa durante 11 anos os novos companheiros. Vamos mostrar ao governo que não somos pelegos, e dizer para toda a sociedade paranaense que não estamos só interessados em ganhos salariais e sim pela carreira que respeite os novos servidores. Qual o sentido de perdermos um direito que já temos assegurado na lei 15.050/2006?
“Prefiro ser o último a cair, desde que seja com dignidade, do que ficar de pé ao bel prazer de um governo neo liberal.”
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(*) Silvio de Oliveira Barbosa – servidor da UEM

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