Mobilidade urbana pra quem?

Do leitor:
Nesta campanha eleitoral, quando se fala em mobilidade urbana, percebe-se que as diferenças entre as propostas dos dois candidatos são gritantes. Enquanto Pupin privilegia uma empresa de transporte coletivo urbano, anunciando a construção de um novo terminal, com a clara intenção de atender a única concessionária de transporte coletivo da cidade (e assim será pelos próximos 20 anos), Enio Verri assume o compromisso de implantar 120 km de ciclovias. É claro que existe a necessidade de se construir um novo terminal, pois o atual não traz nenhum conforto à população (e Ênio sabe disso), mas focar a questão da mobilidade urbana na implantação de um terminal “interplanetário” é forçar demais a barra.

Será que a intenção de Pupin é incentivar o uso do transporte coletivo visando à diminuição da circulação de automóveis ou aumentar o faturamento da TCCC, com um terminal mais confortável e esquecido durante oito anos? É evidente que o atual governo municipal não tem nenhuma intenção em reduzir o número de passageiros, afinal, durante todo o governo Sílvio/Pupin foi construída uma única ciclovia na cidade, localizada na Av. Mandacaru (e com suspeita de superfaturamento). E a tarifa, apesar das promessas de redução, subiu significativamente, sendo considerada uma das mais caras do Paraná.
Maringá é uma cidade plana e esta característica já é um argumento mais do que suficiente para incentivar o uso da bicicleta por parte da população, trazendo mais economia, saúde e diminuindo o fluxo de veículos, melhorando, com isto, a qualidade do ar, o trânsito e reduzindo o número de acidentes e de vítimas, que só vem aumentando a cada ano.
Outro fator que leva o candidato Pupin a desconsiderar a implantação de mais ciclovias é a considerável arrecadação municipal com as milhares de multas aplicadas em Maringá (só em 2012 já foram aplicadas mais de 92 mil multas até o mês de agosto). Com menos veículos nas ruas, a indústria de multa hoje existente na cidade (e que eles prometeram que iria acabar) passa a faturar menos, indo contra os interesses da atual gestão.

Uma simples análise sobre as propostas dos dois candidatos mostra quem realmente é a favor da mobilidade urbana em defesa da população e quem defende um outro tipo de mobilidade urbana, só que em defesa de grupos empresariais e de sistemas que têm sugado, cada vez mais, o suado dinheiro do trabalhador maringaense.

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