“Finíssima dama”

Do livro “A Igreja que brotou do mato”, do padre Orivaldo Robles:

Dirce de Aguiar Maia
Dirce de Aguiar Maia

Dom Jaime encontra-se com o prefeito Américo Dias Ferraz (1957-1961) a caminho de reunião que o alcaide estava para fazer com os vereadores na Câmara Municipal. Com a confiança que tem no amigo, Américo mostra-lhe dois revólveres: “Vou colocar em cima da mesa para discutir com eles. Quero ver quem vai ter peito de me enfrentar”. O bispo pede que lhe entregue as armas e vá de mãos limpas. Insiste, mas nada consegue. O prefeito é osso duro de roer. Mineiro matuto e turrão, pouco lhe importa agradar ou não as pessoas. Cultiva, por isso, inimizades ferozes. Pioneiros recordam a surra de “guaiaca” que, numa barbearia, levou de Aníbal Goulart Maia acompanhado de dois jagunços. Ou de “guasca”, dada por desconhecidos, a mando de Aníbal, segundo outra versão. Por vingança, uma turba ensandecida ateou fogo à casa do desafeto. Para desespero da esposa, Dirce de Aguiar Maia, primeira professora de Maringá e finíssima dama, móveis, documentos, roupas, livros, obras de valor, até os presentes das crianças comprados para o Natal que se aproximava – tudo foi consumido, num incalculável prejuízo à família. Episódios dessa natureza deixavam angustiada a pobre mãe do bispo ao descobrir em que mundo o filho agora vivia.

Advertisement
Advertisement