Chuvas devolvem o otimismo aos produtores

O produtor Jurandir Valentin, de Paiçandu, município vizinho a Maringá, está confiante em relação à safra de soja. Depois de as lagartas atacarem a cultura no início do ciclo, que foi seguida de uma estiagem de várias semanas, ele conta que até que ficou preocupado, mas as chuvas intensas dos últimos dias devolveram seu otimismo. Valentin cultiva 60 hectares e sua expectativa é repetir a produtividade obtida na safra 2012/13, de 57 sacas por hectare. Valentim espelha o sentimento da maior parte dos agricultores na região, que é de confiança em fazer uma boa colheita e conseguir preço remunerador para seu produto.
Depois de a cotação dos principais grãos alcançarem patamares recordistas em 2012, espelhando fortes quebras de safras registradas em países produtores, 2013 confirmou as previsões de declínio e, segundo especialistas, a tendência é que a onda “baixista” se mantenha em 2014.
Uma exceção, que representa a salvação da lavoura, é justamente a soja, o mais exponencial produto agrícola brasileiro, que tem garantido alto rendimento nos últimos anos, servido de alavanca para desenvolver as regiões produtoras e liderado a pauta de exportações do campo, registrando crescimento de 30% nas vendas em comparação ao ano anterior.
Em um mercado que experimentou queda generalizada de preços em 2013, chegando até a surpreender negativamente, como aconteceu com o milho, a soja não apenas sustentou-se, apoiada nos baixos estoques globais e uma demanda aquecida, como foi beneficiada pela variação cambial – a valorização de 15% do dólar frente o real, acumulada no último ano.
Especialistas enxergam um 2014 ainda lucrativo para os sojicultores, especialmente porque o custo de produção deles foi elaborado com base no dólar relativamente fraco do início de 2013, época em que, antecipando-se, adquiriram a maior parte dos insumos. Se colher uma boa safra, o setor se mantém firme, mas o futuro próximo revela duas situações antagônicas, ambas relacionadas à moeda norte-americana: a expectativa de forte aumento de custos, uma vez que a maior parte das matérias-primas é importada, o que depende da variação cambial; e, ao mesmo tempo, a previsão de que o dólar continuará subindo durante o ano, servindo de trampolim para a cotação da commodity. (Flamma)

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