No Willie Davids, descaso com os cadeirantes

Cadeirante no WD
Um torcedor maringaense, cadeirante, que foi ao Estádio Willie Davids no jogo entre Maringá FC e Cianorte e encontrou um verdadeiro descaso da administração municipal com a lei de acessibilidade, retornou ao WD e verificou que a situação continua exatamente a mesma. A situação contraria inclusive o Estatuto do Torcedor, que diz que todo estádio de futebol deve ter vagas reservadas para cadeirantes. “Lamentável que isso esteja ocorrendo aqui em nossa cidade. A pergunta que fica é: como e por que o Estádio Willie Davids foi liberado para os jogos do Campeonato Paranaense, sem cumprir todas as Leis de Acessibilidade?”, questiona, defendendo a interdição do WD até que as obras de acessibilidade sejam feitas.
No dia 19 de fevereiro ele relatou o que encontrou: “Para começar, na entrada, me dirigi ao local informado, destinado ao acesso de cadeirantes. Chegando no local indicado, fui saber que lá era a entrada destinada a torcida do time visitante, e não exclusivo para cadeirantes. Tô ferrado!
Logo após, já na entrada, os seguranças me barraram, de entrar no Estádio, juntamente com meu acompanhante, sob a alegação que a direção do evento não permitiam a entrada do acompanhante, gratuitamente. Após conversas com um responsável, através do rádio amador, nossa entrada novamente não foi autorizada. Insisti, alegando que, no meu caso, o acompanhante era indispensável e necessário, devido as minhas limitações físicas. Só depois de muito custo, muita conversa, cerca de 15 minutos, foi liberada a nossa entrada, gratuitamente.
Ufa, agora meus problemas acabaram! Que nada. Já dentro do estádio, quis ir até a lanchonete comprar um guaranazinho, e depois ir ao banheiro. Mas fui impedido, a porta que dava acesso ao local estava trancada e sem as chaves. Só faltava essa! Vinte e cinco minutos depois, apareceu a chave. Se tivesse apurado, já era…kkk
Agora sim, com bucho cheio e a bexiga vazia, era hora de assistir ao jogo. Visualmente, não encontrei o local reservado, destinado a cadeirantes. Então, pedi informações para seguranças, policiais, bombeiros, mas nenhum deles souberam me dizer onde era, ou melhor, se existia esse lugar… Resumindo, não havia locais reservados, devidamente identificados, para fácil e boa visualização do espetáculo pelas pessoas com deficiência (Lei 12.815/99).
Tive que assistir, ou melhor, tentar assistir ao jogo, lá em cima, no local onde as pessoas passam, saindo e entrando na arquibancada. Toda hora, era um passando pra lá e pra cá. Gritei, cadê o replay! Rs. E para fechar com chave de ouro a noite, caiu aquela chuva gelada…. Era só o que faltava! Mas, ainda bem que haviam aqueles ambulantes, vendendo capas plásticas. Providencial!
No final do grandioso espetáculo, Maringá 3 x 2 Cianorte. Bom, eu fiquei sabendo do resultado final, pela boca dos outros, ou melhor, pelos olhos dos outros.
Fiz questão de compartilhar essa história, para mostrar o quanto a falta de informação, acessibilidade e o desrespeito as Leis, dificultam a vida de pessoas, que tem os mesmos direitos, mas que não são respeitados. Essa história do estádio é apenas um exemplo, do que acontece em nossa sociedade, em nosso dia-a-dia.
A gratuidade, não só em estádio de futebol, como em teatros, shows, etc, é justo, até o momento em que as leis forem respeitadas e cumpridas, as estruturas adequadas. A ponto de proporcionar a todas as pessoas com deficiência, o acesso livre, sem barreiras, físicas e comportamentais, a cultura, ao lazer, em todos os lugares públicos de nossa sociedade. Queremos a interdição do Estádio Willie Davids, até que seja cumprida a Lei, e todas as obras de acessibilidade sejam feitas.

Cadeirante no WD
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