Greve dos professores começa amanhã

A APP Sindicato informou que, esgotadas as tentativas dos professores e funcionários de escola em garantir seus direitos, não restou outro caminho a não ser a greve geral por tempo indeterminado. A decisão foi tomada na última assembleia da categoria no dia 29 de março. A greve atingirá as 2.149 escolas da rede pública de ensino do Paraná. Ao todo trabalham na rede estadual quase 100 mil professores e funcionários de escola (72 mil professores e 23 mil funcionários).

Em todo Estado já foram formados os comandos regionais de greve, organizados pelos 29 Núcleos Sindicais da APP. Segundo o diretor de Comunicação da APP-Sindicato, professor Luiz Carlos Paixão da Rocha as expectativas para início da greve são muitos boas: “Devemos começar a greve amanhã com adesão de mais de 70% da categoria. É uma greve que já inicia com muita força. Queremos com isso que o governo apresente uma proposta concreta de atendimento das nossas reivindicações”.
No mesmo dia que inicia a greve a categoria organiza um grande acampamento em frente ao Palácio Iguaçu que será mais uma forma de pressionar o governador a atender as principais reivindicações da greve. Haverá uma programação política e cultural durante os dias de acampamento aberta a toda comunidade, como o lançamento do vídeo com depoimentos de professores sobre suas experiências com o adoecimento e sofrimento mental no trabalho, no dia 23 às 20h e também o Seminário Estadual de Funcionários no dia 25.

Pauta da greve
1. 33% de hora-atividade – Nossa reivindicação histórica para a hora-atividade é de 50%. Queremos sua ampliação imediata para 33% e assim progressivamente. A hora-atividade tem que ser aplicada conforme a Lei 11.738/2008 (PSPN) a todos os professores da rede, obedecendo a regulamentação da carreira de hora-aula de 50 minutos.
2. Piso Nacional – Este ano, foi anunciado, pelo Ministério da Educação (MEC), o índice de 8,32% de reajuste do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN). A APP defende, porém, que o índice a ser aplicado seja o de 10,6%, defendido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).
3. Reajuste dos funcionários – Queremos que o reajuste nos salários dos funcionários de escola este ano seja conforme o índice do Piso Regional de 7,34%.
4. Pagamento de avanços em atraso – O governo deve mais de R$ 100 milhões aos professores e funcionários em promoções e progressões, em atraso há um ano e meio. Neste valor estão incluídos os atrasados do PDE.
5. Concurso público – A APP reivindica a realização de novos concursos públicos para professores(as) e funcionários. O objetivo é que seja suprida a necessidade real da rede e que sejam realizados por universidades públicas.
6. Novo modelo de atendimento à saúde – O atual Serviço de Atendimento à Saúde (SAS) não atende às necessidades dos servidores públicos. É necessário avançar nas propostas construídas no debate entre o Fórum dos Servidores e o Departamento de Assistência à Saúde – DAS. É preciso garantir ainda a descentralizado e ampla cobertura de especialistas.
7. Cargo de 40 horas – Garantir a imediata realização de novas etapas, que inclua a Educação Profissional e Especial. Também, é necessário avançar no debate para aperfeiçoamento da proposta, tornando o decreto que regula a dobra em lei.
8. Alteração dos contratos PSS – Para conferir aos trabalhadores deste regime direitos trabalhistas, recebimento pela titulação, atendimento à saúde, participação em cursos de formação e contagem do tempo de serviço para efeito de avanço na carreira quando vier a ocupar cargo efetivo.
9. Enquadramento dos aposentados – Há anos a APP luta pelo enquadramento no Nível II da carreira conforme várias decisões judiciais. São os educadores que ao se aposentarem estavam no último nível da carreira. Novos níveis foram criados e estes ficaram estagnados, sendo enquadrados no nível I.
10. Porte de Escolas – É necessário que o atual Porte de Escolas, já apresentado pela Secretaria de Educação, seja revisto e melhorado. A nova regulamentação precisa atender efetivamente a demanda existente levando em consideração outros elementos que não só o número de alunos.
11. Hora-aula e hora-atividade para a educação especial – Apesar de a hora-aula (50 minutos) ser a realidade hoje para o cálculo da jornada dos professores da rede, nas escolas de educação especial, que funcionam via convênio com a Secretaria de Estado da Educação, ainda vige a hora-relógio. Lutamos para superar esta distorção e para garantir que todos os professores que atuam na Educação Especial tenham direito ao mesmo percentual de hora-atividade dos demais educadores da rede.
12. Infraestrutura adequada nas escolas – Há escolas, nas diversas regiões do Estado, que sofrem com a falta de infraestrutura, com instalações velhas, perigosas ou insuficientes. Garantir reformas e ampliações que atendam as demandas das escolas e que sejam considerados critérios pedagógicos e ambientais nas edificações escolares. Assegurar a climatização dos espaços da escola.
13. Pelo fim do desmonte pedagógico – A escola que queremos reafirma constantemente a educação como instrumento de formação ampla, de preparação das pessoas para a responsabilidade de construir coletivamente uma sociedade justa e igualitária. Na contramão da construção desta escola, o que vemos são políticas educacionais que investem em um discurso crescente de responsabilização da comunidade escolar, com foco especial na culpabilização do professor e na retirada de responsabilidade do Estado. A APP manifesta sua indignação ao desmonte pedagógico que vem acontecendo através da fragmentação das políticas educacionais aplicadas nesta lógica.
14. Fim do desconto do Auxílio Transporte durante licença médica – O sindicato reivindica que o governo suspenda imediatamente o desconto desumano que está realizando no salário dos professores(as) e funcionários(as) que estão em licença médica. A medida do governo pode abrir precedentes para outros cortes do auxílio transporte.

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