De estilingue a vidraça

Nas análises sobre a pesquisa Ibope desta quinta-feira, que mostra Dilma se recuperando e Aécio e Campos crescendo, falta um detalhe fundamental. Até agora, Dilma é a única que vem sendo massacrada pela grande mídia, principalmente pela Globo. Isto, claro, provoca um grande estrago na imagem da candidata. Mas, durante a campanha presidencial, no horário eleitoral, os programas da Dilma serão propositivos e com um grande aliado: Lula. Será, também,oportunidade para o staff da Dilma, através de partidos da base aliada, mostrar quem é verdadeiramente Aécio Neves, que até agora vem sendo blindado pela grande mídia. Será que Aécio Neves continuaria com os 20% quando forem mostrados os enormes rombos que ele provocou no governo mineiro, especialmente na Saúde. E quando for mostrado o lado pessoal extremamente negativo de Aécio, que aqui não convém mencionar para não causar grande constrangimento?

E quando a propaganda dilmista mostrar que, por outro lado, de 80 a 90% das realizações de Eduardo Campos, no governo Pernambucano, foram bancados pelo governo federal. Isto sem contar os retrocessos campistas na Educação, saúde pública, etc.
Vejam bem: Dilma apanha, neste momento, mais do que boi na horta. Seus algozes, embora escondam as mãos e terceirizem este papel à grande mídia, são: Aécio e Campos. E quando o estilingue disparar pedras e torpedos contra a vidraça dos dois oposicionistas.
Sem partidarismo, quando estiverem os três candidatos em condições de igualdade de ataque e defesa, o eleitor terá, então, uma percepção melhor. E será que o eleitor vai querer trocar Dilma para colocar em seu lugar algo incerto? As camadas mais pobres – e a classe média-baixa – vão querer abrir mão dos programas sociais – Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, Pro-Uni, Mais Médicos, etc?
E se Lula for o candidato no lugar de Dilma? Hoje, algo improvável. Mas, em política só não vi boi voar. Por enquanto. Se isto acontecer, vitória no primeiro turno de barbada em favor de Luis Inácio.
Outro detalhe fundamental: o tempo na tv – durante a campanha eleitoral – é amplamente favorável a Dilma, que terá mais espaço para apresentar os avanços sociais e, se preciso, bater em seus adversários. Isto sem contar que, até agora, as oposições não conseguiram conquistar mentes e corações da maioria do eleitorado brasileiro por absoluta falta que o convença de que elas são melhores do que o que aí está.
Luiz Carlos Rizzo – jornalista e historiador – Maringá

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