Professora responde a O Diário

Da professora Ana Lúcia Rodrigues, professora do DCS-Universidade Estadual de Maringá e coordenadora do Programa de Mestrado em Políticas Públicas e dodo Observatório das Metrópoles/UEM-Maringá:
Ana_Lucia_RodriguesNa matéria sobre mobilidade urbana publicada n´O Diário deste domingo (25/5), minha fala apresentada é óbvia e pífia, pois foi recortada somente naquilo que interessava ao também óbvio e pífio jornal. Fiz uma análise consistente na entrevista sobre a importância do transporte coletivo para a garantia da mobilidade sustentável na cidade e disse que escolher transporte individual não é uma opção da população, mas é uma falta de opção, pois o serviço de transporte coletivo é precário e caro. Também falei que isso se deve ao processo de concessão do transporte coletivo em Maringá que foi viciado e que trará conseqüências graves para as gerações futuras. Disse à jornalista que isso se deve à péssima licitação realizada num processo em que o preço da tarifa não foi elemento de concorrência e que garantia à empresa vencedora (e todos sabiam qual seria) 40 anos de concessão; monopólio e administração de todos os novos modais que forem implantados (metrô, VLT, BRT, Tram, bicicleta, charrete). E, o que é pior, que se ao final de cada um dos 40 anos a empresa tiver prejuízo em relação à expectativa de lucro que tinha quando entrou no sistema, a prefeitura a ressarcirá. Uma pesquisa contratada pela prefeitura deu respaldo ao edital e mostrou que 0,5% dos usuários saíram do sistema em cada um dos 10 anos anteriores à licitação. Ou seja, diante do precário e caro serviço de transporte coletivo oferecido, possivelmente os usuários que saíam continuarão a sair, pois o contrato de concessão não garantiu a melhoria do serviço, muito pelo contrário.

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