Luta não é poupança

Fui fã do cartunista Ziraldo, que esteve ontem em Maringá, fã de colecionar tudo o que ele produzia, de ter pôster autografado e de chegar a visitá-lo em seu apartamento, no Rio de Janeiro, no longínquo 1980. Até o episódio da chamada bolsa-ditadura. Sobre a qual escreveu Reinaldo Azevedo, em 2010: “O cartunista Ziraldo, que ficou rico com o jornal Pasquim, recebeu R$ 1 milhão a título de pagamento retroativo e tem pensão mensal de R$ 4.375. Por quê? Jaguar, seu amigo e sócio, não ficou tão rico porque, confessadamente, diz ter bebido tudo o que ganhou. A ditadura proibia as pessoas de dizer certas coisas, é verdade. Mas não impunha a ninguém que bebesse a própria fortuna. Millôr Fernandes, que também foi do Pasquim, não pediu indenização e afirma que luta contra a ditadura não era poupança”.

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