Democracia, minha namorada, foi roubada

ilustração

Passei anos tentando decifrar o que queria Cazuza dizer ao cantar, em Codinome beija-flor, “…segredos de liquidificador”, até que ontem às 3 e meia da manhã meu vizinho resolveu fazer uma vitamina de abacaxi com água e gelo…um dia ou outro a verdade da frase se fez clara para mim e assim tento entender até quando vamos pagar a farra dos que adoram leitões assados nas baixelas de prata, sem terem o cuidado da constatação de ser vesgo o leitão…ou não.

Vivemos dias de verdadeira provação de nossa fé, paciência e não apenas somos roubados por muitos dos que nos governam, mas somos roubados na derradeira hora. Muitos de nós são assassinados porque o dinheiro de socorrer o infarto agudo do miocárdio ou o a.v.c. foi parar em Bruxelas ou em regiões distantes, porém não muito, mas ínferolombares de meretrícios entreglúteos.

Mas faz-se Natal, e a estrela já brilha aos pés dos três Reis, com incenso, mirra e ouro e seremos, mesmo que por apenas pouco tempo, um cadinho de Belchior, um tanto de Gaspar, mas sempre felizes quanto Baltazar e mesmo no pouco que possamos ter, somos o povo que sabe cear numa manjedoura e talvez no amanheçer de cada coração possa se abrigar em nobre recanto, o amor verdadeiro por linda moça, aparentada de Aristóteles, que chamamos Democracia, de muito assaltada, estuprada, roubada, mas dona de nossos verdadeiros sonhos de gente grande!

Que amanhã tenhamos nos noticiários, apenas receitas de bolo de fubá, pois que senão, breve, nos grandes jornais vão estampar nas suas home pages as mesmas tais receitas de bolo!

Feliz de um povo que sabe das bençãos da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade! Feliz Natal!

Gabriel Esperidião Neto, Velho Gagá

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