‘Ninguém ia lá para rezar’

Larissa Borges, na Veja online, conta que o delator Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará, detalhou a verdadeira romaria de parlamentares ao escritório do doleiro Alberto Youssef, no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo, e disse que todos os congressistas tinham plena consciência de que recebiam dinheiro de propina. “Ninguém ia ao escritório de Alberto Youssef para rezar”, disse ele.
No esquema que o próprio Alberto Youssef batizou de “mensalão do PP”, a partilha de propina era definida conforme a representatividade de cada parlamentar dentro da agremiação. Deputados mais inexpressivos, por exemplo, recebiam R$ 30 mil por mês do líder do partido.
Caciques na época, como João Pizzolatti, Mário Negromonte e Pedro Correa, eram destinatários de verdadeiras boladas. Conforme relato do delator Ceará, Pizzolatti recebeu R$ 5,5 milhões em propina para a campanha de 2010. Negromonte, R$ 5,5 milhões, e Correa embolsou R$ 7,5 milhões, a serem partilhados pelas campanhas da filha, Aline Correa, e do genro, Roberto Teixeira. Todos negam irregularidades.

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