Incompetência, descaso e omissão geraram crise da água

Em nota oficial emitida nesta tarde, o Partido dos Trabalhadores de Maringá analisou a crise no abastecimento de água da cidade e classificou o fato de ser resultado de incompetência e descaso, em detrimento do bem estar de quem paga os tributos.
A nota critica o governo Beto Richa-Cida Borghetti e lembra o inchaço da estrutura da Sanepar, onde foram criados mais de 40 cargos de indicação política dos aliados do governador Beto Richa, além da omissão dos órgãos municipais (Sesan e Agência Maringaense de Regulação). Confira a íntegra da nota:

“O bom governante dirige suas ações com base nas condições e circunstâncias. Ao se deparar com as necessidades do seu povo, o bom governante não se omite ou se exime. Assume as responsabilidades com a humildade, liderança e celeridade que dele se espera.
É exatamente neste triste momento de sofrimento e indignação do povo de Maringá gerado pelo crítico desabastecimento d’água que se distingue o “bom” do “mau governante”.
O governador, com a empáfia que lhe é peculiar, ao passar rapidamente por Maringá procurou se eximir da responsabilidade e ignorou a celeridade que se exige para a resolução desse grave problema, que lamentavelmente persiste desde o dia 13 de janeiro. A breve e ineficaz visita do governador (e de sua vice, que é de Maringá) deixou como lembrança a sua pose sorridente sobre a ponte entre Maringá e Iguaraçu, parcialmente destruída pelas fortes chuvas, numa foto que seria cômica, se não fosse trágica. O contraste entre o lucro da Sanepar de mais de R$ 400 milhões anuais e a falta de investimento e planejamento pode ser explicado pelo inchaço da estrutura da empresa pelo governador (foram criados mais de 40 cargos de Consultor Estratégico, preenchidos exclusivamente por indicação política e com salários entre R$ 12,5 mil a R$ 20 mil) e o substancial aumento na participação dos acionistas no lucro da Companhia (a partir de 2013, aumentou de 25% para 50%). São milhões de reais que poderiam ter sido destinados, por exemplo, na captação alternativa de água para a cidade de Maringá.
Se o governador do Estado não cumpriu com eficácia e celeridade a missão que a ele institucionalmente competia, é não menos aceitável a negligência e total falta de protagonismo do Poder Público Municipal diante do gravíssimo problema que atingiu a maioria do povo maringaense. Como poder concedente dos serviços públicos de água e coleta e tratamento de esgoto, sempre competiu ao Município fiscalizar os serviços e propor adequações e melhorias. Para cumprir tal encargo foram criadas pelo prefeito atual e o anterior a Secretaria Municipal de Saneamento Público (Sesan) e a Agência Maringaense de Regulação (AMR), com inúmeros cargos de superintendente, secretário, diretores e assessores. Lamentavelmente, nem o prefeito (que está em férias), nem o vice (que no auge da crise remeteu à Câmara o pedido de férias) e nem a Sesan e a AMR agiram preventivamente para evitar o quadro caótico de desabastecimento de água. Mais grave é que, mesmo após a instalação do caos, o prefeito optou por não suspender suas férias e permanecer nos Estados Unidos e a Sesan e a AMR (inchadas pelos apadrinhados políticos nomeados para a sua estrutura) também se mostraram omissas, sobretudo ao não realizarem qualquer ação efetiva que minimizasse ou abreviasse o problema e o drama das cidadãs e cidadãos maringaenses.
A contribuição da bancada petista na Câmara de Vereadores, formada pelos vereadores Mário Verri e Humberto Henrique, se deu através de ação efetiva na Comissão Especial de Estudos da Água, instituída em 2015 e presidida por Verri, cujo relatório ressaltou a preocupação com a condição hídrica e eventual desabastecimento e a necessidade de se buscar alternativa para a captação, hoje integralmente dependente do manancial do rio Pirapó. Tal relatório foi remetido ao prefeito municipal, que, como chefe do poder concedente e fiscalizador do serviço nada fez de efetivo para prevenir e se antecipar ao problema.
Respeitamos e parabenizamos os servidores da Sanepar pela dedicação e luta neste momento tão triste para a história de Maringá. Temos acompanhado o esforço dos trabalhadores da Companhia para restabelecer o serviço e abreviar o desabastecimento de água, mas suas ações são limitadas pela estrutura, planejamento e condições de trabalho impostos pela empresa e pelo Governo do Estado.
A falta de ação efetiva da Sanepar e do Governo do Estado e a lamentável incompetência, descaso e omissão do Governo Municipal, do prefeito turista e dos órgãos diretamente responsáveis pela fiscalização do serviço (Sesan e AMR) são os grandes responsáveis pelo caos no abastecimento da água em Maringá. Se o triste episódio e seus deletérios efeitos não podem mais ser revertidos, que os poderes responsáveis, além da reparação material e moral que o fato exige, se valham do ocorrido e adotem ações imediatas e efetivas para evitar que o inesquecível drama vivido atualmente pelas cidadãs e cidadãos maringaenses jamais se repita. É o que se espera do bom governante. É o que vamos fiscalizar e cobrar, como nos compete e sempre fizemos”.

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