Zika, a talidomida orgânica

Ilustração

Na pobre ética política praticada em nosso país, os créditos das inaugurações, que conseguem unir num só evento, o maior nível de pelegos por centímetro de risoles quadrados do mundo, a um número surpreendente de oportunistas ávidos por uma dica de concorrência, desde que seja pública, pois a fatura, nos acertos é creditada aos mandatários eleitos, e, em efeito trágico, a conta vem nas guias de nossos impostos.
Não temos, enquanto cidadãos, o direito a ampla defesa, nem o benefício da dúvida, mas na mesma dúvida, imposto que vence no sábado, tem que ser pago na sexta-feira.
Porém, temos o desafio de, diante da incompetência governamental, salvar nossas próprias vidas e a dos nossos, fazendo exatamente a função que deveria ser dos tributos recolhidos. Educar e reeducar é sim função cidadã e não é vergonha ser lixeiro social, catando o rastro de muitos apressados pelas ruas, denunciando terrenos sem cuidado nenhum dos donos e o mais comum, que é a preguiça de embalar o lixo doméstico de maneira correta. Por falta desta educação podemos perder a vida e pior, colocar a perder as vidas dos outros.
Aquilo que seria uma má formação fetal, causando ao humano recém chegado ao mundo, atrasos severos em seu desenvolvimento físico e maior sofrimento na sua mente, que sabe estar causando a abnegação de quem o gerou para que ele possa viver. Na prática é matar a perspectiva de vida de uma mãe para uma vida sem apoio concreto das governanças eleitas.
Nada ou bem pouco podemos esperar de nossos partidos políticos, pois quando bradamos transparência nas lidas com a coisa pública, eles tiram a roupa e postam “nudes” e o oportunista zika vírus só esperava que resuscitassem um vetor seguro para espalhar terror através da morte por doenças completamente curáveis, e a falta de planejamento urbano conseguiu trazer de volta um mosquito pequeno, mas disseminador supersônico entre hospedeiros e pessoas ainda sadias.
Estamos diante de um governo acéfalo que deixa faltar, em plena pandemia, venenos para funcionarem os fumacês, vacinas obrigatórias e repete-se o mesmo blá blá blá, de autarquias, secretárias, ministérios que sequer sabem o porquê de suas existências. Enquanto a funesta zombaria é feita sobre o sofrimento de algumas milhares de mães brasileiras, eles governantes, fazem vistas grossas ao poder de fogo do Aedes aegypti, que pode nos banir o direito a vida. Ninguém sabe o dano exato do zika vírus e nem se tem ciência que possa, ainda, dimensionar o dano causado a Humanidade, quando a síndrome de guillain barré se tornar o que vemos hoje…virou rotina de hospitais clínicos – é vergonhoso e triste.
Portanto, aos que se lembram dos efeitos da talidomida, é hora de fazer sua parte e buzinar aos vizinhos que façam a deles, pois não temos governo sério, temos uma elite partidária governante que é ladra convicta, fazendo do Palácio do Planalto uma sede de sessões costumeiras de aplausos à maionese, paga com a batata pública.
A falta de respeito ao eleitor(a) é tão grande que falta remédio e verbas para o severo combate ao mosquitinho, mas eles enxergam o extermínio em bilionárias propagandas pré-trágicas no caro sistema plim-plim e os partidos que apoiam o desgoverno federal, também em horário nobre, fazem propaganda política usando nomes, imagens e falas de investigados por toda a sorte de pilhagem ao Erário.
Vamos nós, povo brasileiro, fazer o impeachment do Aedes aegypti!
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(*) Gabriel Esperidião Neto, Velho Gagá

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