Lava Jato: ex-presidente do PP delata 130 agentes políticos

Pedro Corrêa

Thiago Bronzato e Talita Fernandes informam, em reportagem publicada na revista Época, que o ex-deputado federal Pedro Corrêa, ex-presidente do PP e preso na Lava Jato há quase um ano, está fechando delação premiada.
Corrêa já citou mais de 130 agentes políticos em 73 capítulos de sua delação. O personagem principal é o ex-presidente Lula.

O ex-deputado era o responsável por garantir a sustentação de seu partido ao governo. Em troca, recebia as propinas geradas a partir dos contratos fechados na Diretoria de Abastecimento da Petrobras, comandada pelo delator Paulo Roberto Costa (na foto abaixo, com o tesoureiro-geral do PP, o maringaense Ricardo Barros).

Paulo Roberto Costa e Ricardo Barros

Aos 68 anos de idade, Pedro Corrêa, que teve seis mandatos no Congresso desde a década de 1970 e foi condenado no mensalão, sabe de muita coisa. Testemunhou episódios marcantes da história da República, do general João Figueiredo a Dilma Rousseff. E com base em suas próprias experiências, relatadas em primeira pessoa, ele avança em sua negociação de delação premiada, que está prestes a ser assinada. De acordo com o ex-parlamentar, Lula sabia da existência do petrolão e sabia da função exercida no esquema pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Em princípio, Pedro Corrêa ofereceu aos investigadores contar cinco episódios comprometedores envolvendo Lula – que, no final das contas, tornaram-se um único tópico. Foi graças a esse tópico que os procuradores da Lava Jato decidiram aceitar a colaboração de Corrêa. Nele, há diversos relatos de encontros realizados entre Corrêa e Lula. Num deles, o PP cobra mais espaço no esquema de propina da Petrobras. Lula, segundo Corrêa, teria dito que “Paulinho”, apelido de Paulo Roberto, indicado pelo ex-presidente para a diretoria de abastecimento da estatal, feudo dividido entre PP e PT, estava atendendo bem o partido da base aliada.

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