Jogo político promíscuo

brasilia

Por Ricardo Matiello:

O momento atual está nos mostrando uma triste realidade: o que temos na política hoje são carniceiros disfarçados de representantes do povo.
Prestem muita atenção nas movimentações dos partidos e de seus parlamentares. Alguns poucos ainda guardam certo compromisso com a moralidade, porém grande parte está aderindo a um jogo promíscuo de ir onde paga-se mais.

Já o atual governo irá apostar suas últimas fichas em uma tentativa inútil de manter-se no poder, a qualquer custo, oferecendo cargos, verbas, ameaçando as instituições e incitando o caos generalizado, enfim, mostrando sua pior faceta. Já a oposição, e alguns oportunistas que até então juravam amor eterno ao governo, tentam aproveitar-se da situação e se apresentam como defensores da moralidade e das soluções para o País, tendo como um dos seus principais nomes um sujeito chamado Eduardo Cunha (que dispensa apresentações). Esta tomada do poder se dará através de um pacto político, disfarçado de direito constitucional. Não chamo de golpe, mas sim apoiar-se na constituição e nos erros do PT para obter vantagem política no jogo pelo poder.
Não pensem que eles querem puramente o melhor para o País. Muitos estão neste barco para salvar suas próprias vidas, tão pouco preocupados com o bem comum.
Voltando ao tema “Impeachment”, tirar o PT do poder não resolve, mas é uma etapa necessária. Primeiro para desinchar a máquina pública e expurgar aqueles parasitas que há anos apenas mamam nas tetas do estado, sem ter a mínima competência para estarem nos cargos os quais foram empossados. Depois, porque o mercado terá algumas semanas de alívio, e isto mostrará uma certa segurança para investidores (porém não totalmente respaldada na verdade dos fatos).
O fato é que teremos ainda dois anos e meio de muita turbulência no meio político, podendo refletir de maneira mais intensa (ou não) no cenário econômico. Toda esta tensão e embate irá normalizar-se apenas nas eleições de 2018. E é este o verdadeiro ponto de mudança. Portanto, é muito importante prestarmos atenção hoje em quem serão os protagonistas destas mudanças no cenário político, pois os nomes que ganharem notoriedade certamente pleitearão uma vaga ao planalto em 2018. O cuidado que todos devem ter é saber diferenciar o que é informação maquiada (propaganda/marketing eleitoral), do que realmente é algo benéfico para o País. Por exemplo: subsidiar tarifas de energia e combustível pareceu algo bom para todos, mas trouxe um impacto fatal para a economia e para as contas do governo. Entendam que algumas medidas são meramente eleitoreiras e podem fazer com que sua vida fique até pior em um futuro muito próximo, ao mesmo tempo em que uma medida amarga num primeiro momento, pode garantir um futuro melhor dentro de alguns meses ou anos, porém com efeito duradouro.
E por fim, não se iludam: não existe solução a curto prazo. Estamos pagando um preço alto por nosso País ser pensado apenas de 4 em 4 anos, de maneira totalmente imersa nas práticas corruptas de abastecimento das campanhas eleitorais, onde a conta chega durante o mandato (e quem paga é você). Nas próximas eleições, analisem com atenção os candidatos que conseguirem desenhar um plano de desenvolvimento à longo prazo, sólido nos princípios básicos da economia, pois aí sim teremos uma cadeia sustentável em todos os setores econômicos, desde a indústria, passando pelo comércio, até a prestação de serviços. Isto significa: pessoas empregadas, com renda garantida, ajudando os setores da economia e consequentemente permitindo que TODOS tenham uma boa condição de vida. Qualquer coisa que tentem te “vender” além disto, estaremos caminhando para o caos, como este que estamos vivenciando.
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(*) Ricardo Matiello é empresário em Maringá

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