Servidor público de Maringá vai cobrar a palavra de Pupin

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O Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá (Sismmar) realizou ontem na câmara assembleia geral para tratar do desconto dos dias parados da greve.
A assembleia definiu ações frente à postura do prefeito Carlos Roberto Pupin (PP), que ordenou o desconto ao invés de abrir negociação para repor os dias de falta – conforme estava previsto no acordo que pôs fim à greve.

Segundo a presidente do Sismmar, Iraídes Baptistoni, a categoria considera a possibilidade de retomar a paralisação caso a administração siga se recusando a negociar a reposição dos dias parados. Contudo, neste momento, a assembleia optou por aguardar o parecer da Justiça sobre o assunto. É aguardada, para hoje à tarde, decisão liminar do juiz que pode impedir o desconto dos dias parados.
O Sismmar também estuda entrar na Justiça com uma ação coletiva por danos morais. “A administração está constrangendo os trabalhadores de várias formas, impedindo até mesmo os servidores de fazerem empréstimos consignados”, comenta Iraídes. “Os próprios bancos estão dizendo aos servidores que a Prefeitura não tem autorizado empréstimos aos grevistas”, acrescenta.

Manifestações – Na assembleia, os servidores definiram um calendário de manifestações que terá seu primeiro ato hoje, às 17h30, no Terminal Urbano. Dirigentes do sindicato entregarão panfletos com esclarecimentos sobre o fato de o prefeito não ter cumprido sua palavra no acordo que encerrou a greve.
Uma ação de maior visibilidade ocorrerá na Peregrinação do Trabalhador – evento que será realizado neste dia 1º pela Igreja Católica, com concentração às 16h na Praça Regente Feijó, na Vila Operária. Na peregrinação, os servidores comparecerão vestidos de branco, empunhando faixas de protesto contra Pupin.
Em outro ato previsto no calendário, no próximo dia 9, os servidores participarão do desfile em comemoração ao aniversário de Maringá. Cruzarão a avenida vestidos de preto, com faixas de protesto contra Pupin. Também serão entregues panfletos.
Em outro ato do calendário, o Sismmar enviará documentos para a Igreja Católica, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim) e várias outras entidades relatando a decisão unilateral e inconsequente de Pupin – em sua opção por descontar os dias parados, ao invés de negociar –, e pedindo apoio dessas entidades na tentativa de demover o prefeito de seu equívoco.

Cestas básicas – Segundo o Sismmar, a ânsia da administração em retaliar os grevistas com o desconto os dias parados é inconsequente por não considerar que a greve foi legal e justa (os grevistas pediam apenas a reposição da inflação de 11,08%), e por não levar em conta o grande número de trabalhadores que ganham baixos salários. Uma boa parte recebe entre R$ 1.015 (menor salário) e R$ 1.500 (média salarial).
Por isso, com apoio dos vereadores, o Sismmar iniciou uma campanha para coletar cestas básicas para as famílias dos servidores que ganham baixos salários. A ação tem por objetivo reduzir o impacto do inconsequente ato de Pupin, evitando que falte comida na mesa dos trabalhadores – que terão outras perdas, porque a inflação só será reposta integralmente no fim do ano.
De acordo com Iraídes, mais de cem servidores já solicitaram a cesta básica. Número que deve aumentar caso seja confirmado o desconto na folha de pagamento. Aqueles que participaram da greve e que, devido ao desconto, poderão passar por dificuldades estão sendo orientados a ligar para o sindicato (3269-1782) para informar a necessidade da cesta básica. (Sismmar)

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