Richa nomeia citado na Publicano

Nomeação

O governador Beto Richa (PSDB) nomeou no último dia 25 o novo diretor da Superintendência de Desenvolvimento Educacional, órgão subordinado à Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Trata-se de Victor Hugo Dantas, ex-coordenador da Região Metropolitana de Londrina, citado na Operação Publicano, que agora assume cargo com status de secretário de Estado e salário de R$ 23.634,10.
Como mostra o decreto, sua nomeação teve o aval do ex-prefeito Silvio Barros II (PP), de Maringá.

Segundo o auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, principal delator da Publicano, Dantas teria recebido dinheiro para fazer lobby em favor do auditor Márcio Albuquerque de Lima, copiloto do governador Beto Richa em corridas automobilísticas e, tido pelo Ministério Público, como o líder do esquema criminoso que causou prejuízo bilionário aos cofres públicos do Paraná.
“Muito estranho isso, parece uma mordaça monetária. O Ministério Público trabalha com elementos que mostram que o dinheiro desviado da Receita Estadual pode ter ido parar na campanha eleitoral do governador. Agora, com o avanço das investigações, é no mínimo suspeita e imoral esta nomeação de um dos principais envolvidos no esquema, curiosamente, na mesma pasta que também foi palco de outro escândalo, deflagrado pela Operação Quadro Negro. Isto vai contra os anseios da população, que clama por mais transparência no combate à corrupção”, observou o deputado.
Em março, o Superior Tribunal de Justiça acatou denúncia da Procuradoria Geral da República para investigar o governador do Paraná pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Há suspeita de que a campanha à reeleição de Richa, em 2014, coordenada na região de Londrina por Dantas tenha recebido recursos oriundos do esquema de corrupção na Receita Estadual.
Requião Filho também chama atenção para o aparente desinteresse da maioria dos deputados da Assembleia Legislativa que se negam a assinar os pedidos para a instalação das CPIs da Receita e da Quadro Negro, que pretendem investigar as correlações políticas por trás dos dois escândalos. “Faltam poucas assinaturas para começarmos a desvendar todos estes mistérios. Serão os mesmos envolvidos por trás dos dois esquemas ou qualquer semelhança será apenas mera coincidência? Quem ou o quê estão querendo esconder?”, questiona.
Atualmente, três CPIs estão em andamento na Casa e uma que ainda não foi instalada. O parágrafo 4º do artigo 36 do Regimento Interno da Assembleia determina que somente 5 comissões possam funcionar simultaneamente. Portanto, a partir do momento em que uma das CPIs, tanto a Quadro Negro quanto a da Receita, reunir as 18 assinaturas, poderá ter seus trabalhos iniciados.

Advertisement
Advertisement