Ministro volta a defender plano de saúde reduzido e recebe críticas

O ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), voltou a defender nesta hoje a criação de planos de saúde “populares”, com cobertura menor do que a ofertada pelos planos atuais, como forma de reduzir os gastos do governo e a demanda no SUS, informa Natalia Cancian, da Folha de S. Paulo.
“Se colocarmos 20 milhões de vidas nos planos populares por R$ 80, estamos colocando R$ 20 bilhões [por ano] no financiamento da saúde”, afirmou, durante audiência na Câmara dos Deputados convocada para falar sobre as ações do governo na saúde.

Segundo o ministro, o cálculo é uma estimativa do valor que pode ser movimentado na saúde privada com a migração de usuários hoje atendidos no SUS. Questionado, Barros nega que os números apresentados sejam uma meta já definida. “O ideal é que fossem 100 bilhões, ou 200 e 300 bilhões [por ano]. Quanto mais recursos para a saúde, melhor”, disse.
Durante a audiência, o ministro chegou a dizer que esses planos hoje em estudo poderiam ter foco apenas no atendimento ambulatorial, com a oferta apenas de consultas e exames -o que deixaria de fora a cobertura para casos de internações, por exemplo. Em seguida, disse se tratar apenas de uma possibilidade. “É o mercado quem deve decidir. Não vou dizer ao mercado que produto ele deve colocar na praça”, afirmou.
Deputados, por sua vez, manifestaram preocupação e fizeram críticas à proposta durante a audiência na Câmara, que se estendeu por quase cinco horas.
A maioria alega que a criação desses planos não traria mais recursos nem maior conforto para o usuário, já que a oferta de serviços pelos novos planos seria menor do que o rol mínimo obrigatório definido pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). “Fazer plano faz-de-conta é diminuir a receita pública”, disse Jorge Solla (PT-BA). Leia mais.

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