O que se perguntar a um candidato a prefeito?

candidato

Por Paulo Vidigal:

Na última campanha para prefeito a maioria dos candidatos que disputaram o primeiro turno (apesar de se declararem adversários) no segundo turno apoiou um único candidato. Justiça seja feita: uma única candidata não apoiou nenhum dos candidatos que foram para o segundo turno. Nessa campanha a história se repete. Há candidato a prefeito que no primeiro turno da última eleição foi adversário.

Há também vereadores candidatos à reeleição que integram o chamado “grupo dos onze”. Um grupo que se constitui como base aliada do Poder Executivo. Você pode dizer que “fazer alianças é da política”. Mas ética e coerência também deveriam ser. A pergunta que se deve fazer é: “esses candidatos, (adversários-aliados ou vice-versa) realmente representam modelos diferentes de política?
Outra questão que merece atenção são algumas coligações. Nessa campanha há candidatos a prefeito em coligações compostas por mais de uma dezena de partidos. Não é raro que após as eleições candidatos que não foram eleitos sejam “agraciados” com cargos comissionados pelo prefeito que ganha a eleição. Depois da última eleição, a Prefeitura de Maringá chegou a ter cerca de 300 cargos comissionados. Os famosos CC’s são aqueles contratados sem concurso público, por indicação política. Não é ilegal, mas você acha moral? Se acredita que os impostos que você paga deveriam ser investidos na prestação de serviços públicos de qualidade e não para custear os salários de cabos eleitorais, pergunte-se: “se eu não concordo com isso, por que eu votaria em um candidato a vereador dessa coligação, formada pelo grupo político que pratica isso?”. Candidatos, não se sintam ofendidos. Nada pessoal, apenas uma reflexão.
Por fim, pesquise o passado do seu candidato. Pergunte-se se ele é “ficha limpa”, se tem condenações judiciais no exercício da vida pública. Se o candidato já foi vereador procure saber como ele votou durante seu mandato, se a favor do eleitor ou a favor de outros “interesses”. No caso de candidatos que nunca participaram da vida pública procure saber sobre o seu passado. Perguntas simples, não? Afinal, se ele não é “ético” na vida privada dificilmente será na vida pública.
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(*) Paulo Vidigal é ativista social em Maringá

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