Sem respostas, sem respeito

servidores

Essa carta assinada pelo ex-prefeito e novamente candidato merece uma avaliação mais profunda. Diz tanto que renderia até tese de mestrado, não pelo que está escrito, mas pelo que ela diz nas entrelinhas.
A missiva mostra uma tentativa emergencial do prefeiturável Silvio Barros II (PP) de se aproximar dos servidores municipais de carreira – valendo-se para isso da força de “trabalho” dos CCs, conforme informação do Blog do Rigon.

A carta revela que a coligação dos 15 partidos e dos incontáveis CCs está desesperada. Silvio, que em outras temporadas já foi visto dizendo que não precisava dos votos dos servidores para se eleger, percebe agora, a apenas alguns dias da votação do primeiro turno, que os tempos são outros. Talvez a soberba (inerente a alguém que encerrou seu segundo mandato com boa aprovação) tenha impedido o candidato de notar isso antes.
Após dar as costas aos servidores durante boa parte da campanha – fez isso inclusive no evento da Guarda Municipal que discutiu segurança pública e também na sabatina com os prefeituráveis –, Silvio agora surge nos programas de rádio e TV dizendo sempre ter “respeitado e valorizado os servidores”. Por acaso, deixar de apresentar suas propostas para as principais reivindicações da categoria é respeito? Outros candidatos compareceram aos eventos destinados aos servidores e apresentaram suas propostas à categoria.
Na sabatina, vale lembrar, a participação foi virtual. Os candidatos encaminharam suas respostas que, posteriormente, foram divulgadas pela entidade que representa os servidores. Portanto, as respostas poderiam ser dadas em qualquer dia (feriado ou não, de culto religioso ou não), desde que dentro do prazo estabelecido para o evento. Foi um espaço democrático que permitiu aos eleitores conhecerem melhor os postulantes, tal como nos debates na televisão. Aliás, aqui está o link da referida sabatina).
Em uma eleição bastante concorrida, a tendência mais provável é que as urnas apresentem um resultado menos, mas muito menos favorável daquele da pesquisa irregular embargada pela Justiça. É aí que entram os servidores, que constituem uma categoria com mais de 12 mil profissionais de carreira que, contando com o apoio de seus familiares, somam pelo menos 50 mil votos. Os cerca de 500 cargos comissionados de Maringá (demais, se comparados aos menos de 70 de Londrina) não são suficientes – nem no voto nem na panfletagem emergencial – para demover os servidores de carreira (aqueles que querem vale-alimentação, que querem a garantia da reposição da inflação sem ter de fazer greve por isso, que querem eleger as diretoras das escolas, que querem um lugar digno para poder almoçar e descansar nos CMEIs na hora da refeição, que querem poder dialogar com o prefeito sem serem perseguidos, que querem a aprovação de uma lei municipal contra o assédio moral, que querem portar uma arma para preservar suas vidas num eventual combate com criminosos) de sua ânsia por mudança.
(Do leitor Manoel A. Cruz)

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