Tempo de renovação

Cristo Redentor

Por José Luiz Boromelo:

Mais um ano que se finda e as reflexões são inevitáveis, nos dias que antecedem as festividades da virada.
Nesse período as pessoas costumam ser acometidas, sem motivos aparentes, por sentimentos distintos, que variam da melancolia à euforia.
O espírito natalino se espalha, fazendo com que as demonstrações de amor, compreensão, complacência e benevolência sejam colocadas em primeiro plano, no momento em que celebramos a chegada do menino Jesus. A mudança no calendário é uma excelente oportunidade para se redirecionar os rumos da vida, deixando para trás tudo aquilo que se mostrou improdutivo. Para isso, é necessário força de vontade, persistência e principalmente, determinação para se estabelecer os objetivos e as metas pretendidas, que devem ser factíveis, realizáveis. O bom senso e a prudência evitam os percalços indesejáveis no meio do caminho. A experiência adquirida durante os últimos 12 meses serve como balizamento, no momento em que novos desafios serão enfrentados no futuro. Nunca é tarde para se reavaliar posicionamentos, atitudes, posturas. Não somos nem seremos mais aquelas pessoas de 10, 20, 30 anos atrás. Incorporamos continuamente em nossas vidas, valores, opiniões, costumes diferentes.
Sendo assim, por que não começar imediatamente a sacudir a poeira? Que tal procurar os credores e quitar aquelas dívidas antigas, que tanto incomodam? Seria um peso a menos, deixando o sono bem mais restaurador e o nome limpo na praça. Porém, essa medida não tem efeito prolongado sem um minucioso planejamento do orçamento familiar, redobrando os cuidados no uso do cheque especial e dos famigerados cartões de crédito. Limitar o “happy hour” dispendioso e calórico, treinar o cérebro para se blindar contra as compras por impulso, controlar criteriosamente os gastos, viver dentro da realidade financeira, ignorando sabiamente as propagandas apelativas do comércio. A renovação pode ser bem mais ampla que a imaginada, incluindo-se o cotidiano no extenso rol de mudanças necessárias. Deixar definitivamente de lado algumas manias nada salutares proporciona benefícios incalculáveis para o bolso e para a saúde. Uma medida eficiente para se amenizar as dependências psicológicas é desligar diariamente o telefone celular por algumas horas. Absolutamente nada de mais acontecerá com essa iniciativa, a não ser a paz proporcionada pelo silêncio reparador de um WhatsApp inoperante. O excesso de conectividade virtual consome energia e tempo, essenciais para o bom desempenho das atividades laborais. Outra medida relevante seria fazer um “upgrade” na (nem sempre confiável) lista de amigos, deletando principalmente aqueles que não agregam valor.
Porém, a receita para uma vida melhor não se resume somente em equalizar receitas e despesas. Sempre existe a possibilidade de novos desafios, novas conquistas. Nunca é tarde para se concluir um curso técnico, de formação acadêmica, de pós-graduação. Os horizontes estarão sempre abertos a todos os que carregam consigo, desejos de crescimento e de superação. Idade nunca foi nem nunca será pré-requisito para o sucesso profissional, assim como a origem étnica, a orientação sexual ou a convicção religiosa. Conhecer lugares, tradições e pessoas diferentes é uma ótima referência para se reciclar e estabelecer direcionamentos para novas empreitadas. A conquista de espaço, reconhecimento e sucesso dependem exclusivamente da maneira como encaramos a vida. Então, feliz ano novo. Feliz vida nova!
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(*) José Luiz Boromelo, escritor e cronista em Marialva/PR
(**) Foto: Alexandre Macieira/ Riotur

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