Na UEM, o que falta é gestão

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O reitor não falou sobre gestão, que é o que mais falta à UEM desde sua posse.
Falta papel higiênico nos departamentos, mas não faltam CCs e FGs aos borbotões no campus.

Em 2014 a UEM gastava R$ 62.130,22 por mês, R$ 869,823,08 por ano, pagando cargos comissionados. A gestão do atual reitor elevou os gastos para R$ 223.424,66 mensais, R$ 2.258.12216 anuais – ou R$ 3.127.945,24 por ano, considerando-se férias e 13º salário.
Uma olhada no portal da transparência da UEM explica boa parte da crise que o reitor reclamou ontem. O ex-reitor Julio Santiago Prates Filho tinha na Reitoria 13 assessores; Baesso assumiu e elevou para 39.
Em julho de 2015 o blog já tinha alertado: a UEM tem mais cargos comissionados que a UEL. De lá para cá, ao invés de diminuir, o número de CCs aumentou: mais 12 cargos foram criados.
Cargos comissionados (DAS 4 e 5, salários de R$ 5.741,75 e R$ 6.267,19 mensais) foram criados em sua gestão sem a autorização dos conselhos superiores. A nomenclatura de alguns deles – “assessor especial para gerenciar atividades do núcleo de inovação tecnológica e atuar na proposta de criação e implantação da agencia de inovação tecnológica e difusão de conhecimentos”, “assessor especial para atuar junto ao gabinete da reitoria”, “assessora especial para infraestrutura do campus”, “assessora especial para sustentabilidade do campus”, “assessor especial para planejamento do campus” etc – chama muito a atenção.
Não faltam também assessores que trabalham no mesmo local, com a mesma função e, claro, FGs. São nada menos que 554 funções gratificadas, número que chegou em dezembro a 690.
Dos ocupantes de 554 FGs – um absurdo perto dos 344 da Prefeitura de Maringá -, cerca de 360 são para funcionários que a recebem para executar a mesma função para a qual foram contratados.
No final do ano passado a Secretaria de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior finalmente puxou a orelha da UEM – cuja folha de pagamento agora deverá ser controlada pelo RH Paraná Meta 4, o que está deixando a turma em pânico – e determinou o corte de CCs, em duas etapas. Mesmo diante da gravidade, o reitor não cortou nenhum cargo comissionado que abunda em sua gestão. Preferiu cortar as FGs dos membros do Conselho Universitário e vice-chefes de departamento – ambos cargos eleitos pela comunidade universitária, para exercerem função diferente daquela para a qual foram contratados. Continuam a receber as FGs em cargo eletivo os chefes de departamento e coordenadores de graduação e pós-graduação.
Baesso, apesar do comprometimento do orçamento gerencial da instituição, deverá ser candidato à reeleição, o que poderá custar a piora do caos administrativo instalado por lá nesta gestão.
PS – Estatutariamente não existe a reeleição na UEM. Ele deverá apoiar alguém do seu grupo.

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