Líder da organização criminosa tem imóveis no litoral, carros de luxo e empresas em Maringá

Daniel Gonçalves Filho

Daniel Gonçalves Filho (à esq., em 2013, numa reunião na Acim), um dos cabeças do esquema de corrupção desbaratado pela Operação Carne Fraca, além de vários imóveis em nomes de laranjas, seria sócio de pelo menos duas empresas em Maringá.

As empresas seriam a Meridian Modal Rodoferroviário e a Cilla Locadora de Equipamentos para Movimentação de Cargas Ltda., atualmente Portal Operações Portuárias Ltda. A Meridian pertence ao ex-deputado federal Antonio Bárbara.
A informação consta da decisão do juízo da 14ª Vara Federal de Curitiba, que determinou os mandados de busca e apreensão, prisões e conduções coercitivas.
Daniel possuiria bens em nome de terceiros (Eduardo Tomio Nojiri, Onésimo Dias Gonçalves, Débora Fioravante, Ricardo Shigueo Nojiri, Cláudio Hiroshi Nojiri, Alice Mitico Nojiri Gonçalves, Rafael Nojiri Gonçalves e Lais Nojiri Gonçalves), como imóveis em Caiobá, Matinhos, Jacarezinho, Morretes e Mundo Novo de Saquarema. Ele seria dono ainda de uma BMW 320i, um Ford Fusion e um Subaru Forester, todos pagos à vista.
O despacho relara que Daniel é fiscal agropecuário e atuou como superintendente regional do Mapa no Paraná de 25 de julho de 2007 a 19 de fevereiro de 2014, e de 19 de junho de 2015 a 11 de abril de 2016, quando foi exonerado. Retornou às suas atividades no Ministério da Agricultura por força de liminar judicial, depois de ter recorrido de decisão administrativa.
Diz trecho da decisão judicial: “Na posição de Superintendente Regional, Daniel se revelou como o líder da organização criminosa que contamina a SFA/PR, comandando e reverenciando a atuação corrupta dos também ficais e/ou subordinados seus Maria do Rocio Nascimento, Carlos Cear, Luiz Carlos Zanon Junior, Eraldo Cavalcanti Sobrinho, Renato Menn, Tarcísio Almeida de Freitas, Sergio Antonio de Bassi Pianaro, Josenei Manoel Pinto, e dos funcionários da Seara Flávio Evers Cassou e da BRF Ronei Nogueira. Mesmo quando não mais figurava como superintendente, Daniel ainda gozava de influência sobre as atividades do órgão e continuou se reunindo extraoficialmente com os demais membros da ORCRIM acima referidos, articulando estratégias de movimentação de pessoal.
Também foi possível verificar que a esposa e filhos de Daniel sempre prestaram-lhe auxílio em suas atividades criminosas, das mais diversas formas, como se verá. Daniel é pessoa de grande poder e influência no âmbito da Superintendência, mantendo contato direto com parlamentares, seus assessores, e com diversos empresários do ramo agropecuário.
A interceptação de seu terminal telefônico revelou que Daniel tem estreita relação com o funcionário da Seara, Flavio Evers Cassou, que já atuou junto à SFA/PR como servidor cedido pelo Governo do Estado, e com o funcionário da BRF Ronei Nogueira dos Santos (Gerente de Relações Institucionais e Governamentais), fazendo-lhes e deles recebendo favores”. Confira:

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