Baesso busca apoio político para resolver crise de gestão na UEM

UEM

O reitor da Universidade Estadual de Maringá, Mauro Baesso, depois de ter inchado a folha de pagamento da instituição, conseguiu nesta terça-feira apoio de prefeitos, vereadores e secretários de todas as cidades onde a UEM mantém campi regionais contra as medidas do governo do estado para evitar o aumento de gastos com pessoal.

A exemplo do que fez em fevereiro, na Câmara de Maringá, o reitor pediu o apoio político para tentar reverter a decisão do governo.
No caso da UEM, das 15.840 solicitadas para contratação de professores em regime especial, só foram autorizadas 6.289.
Nos últimos meses a instituição privilegiou a nomeação de professores para cargos comissionados e assessorias, substituindo-os por professores temporários, aos quais queria pagar Tide.
Segundo release distribuído pela UEM, o apelo da instituição “ecoou além do esperado. Em todas as falas registrou-se o reconhecimento do papel da UEM nos diferentes municípios, bem como o apoio incondicional em defesa da Universidade que é, reconhecidamente, um patrimônio público do Paraná.
O primeiro a se manifestar foi o prefeito de Cianorte, Claudemir Romero Bongiorno. Ele declarou que o deputado Jonas Guimarães teve, hoje (28), uma audiência com o Chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni. Em conversa por telefone, Guimarães informou que Rossoni havia sinalizado que o governo já está revendo a medida. Bongiorno disse que pediu pessoalmente a intervenção do deputado e declarou apoio à UEM.
O vice-prefeito de Maringá, Edson Scabora, teceu sérias críticas à política do governo do estado no que diz respeito à educação superior, desconsiderando o papel das universidades no desenvolvimento do Paraná. “Maringá é uma cidade financeiramente independente e por isso tem força. Ou o governo nos ajuda na questão da UEM ou não vamos ajudá-lo”, declarou Scabora.
Para o prefeito de Ivaiporã, Miguel Amaral, a luta é de todos. Ele chamou não só a classe política, mas a sociedade a mobilizar os deputados estaduais, sensibilizando-os para a urgência do problema criado. Destacando ações que o município vem empreendendo em prol da UEM, disse que continuará fazendo a sua parte.
O papel da sociedade como instrumento mobilizador, também foi destaque na fala do padre Leomar Montanha, que representou o arcebispo de Maringá, dom Anuar Batistti.
A universidade também recebeu apoio do prefeito de Goioerê, Pedro Coelho, que se comprometeu a enviar ofício do governador Beto Richa em defesa da UEM. Ele ainda destacou a participação da UEM no desenvolvimento da cidade e na formação de profissionais altamente qualificados.
O vice-prefeito de Cidade Gaúcha, Vardemir Silvestre, a secretária de educação do município de Umuarama Maria Clory, e a secretária de educação de Diamante do Norte, Luzia Navarro, garantiram igual apoio ao falar em nome dos respectivos prefeitos.
Também compuseram a mesa principal o vice-reitor Julio Damasceno, a reitora Neusa Altoé, gestão 1998 – 2002, e o vereador Carlos Mariucci, representando a Câmara Municipal de Maringá. A reunião ainda registrou a presença de vários outros políticos de Maringá e região, de professores e alunos da UEM”.
O reitor, que não anunciou nenhum corte de cargo comissionado (os gastos com CCs cresceram 260% em sua gestão), disse que o planejamento do ano acadêmico é feito regularmente em setembro, quando os chefes de departamentos informam, tecnicamente, o quantitativo necessário de horas aula. Em dezembro, o Conselho de Administração aprova a carga horária, que deve estar em consonância com o quantitativo determinado pela Assembleia Legislativa. A partir daí, abrem-se os processos seletivos que irão culminar com a contração dos professores temporários. A sistemática é necessária uma vez que o governo não vem autorizando concurso para professores efetivos.
“Cortar carga horária às vésperas do início do ano letivo é desconsiderar todo esse planejamento, segundo o reitor. Procurar o apoio da classe política e da comunidade universitária foi a saída imediata encontrada, considerando que o canal de diálogo com o governo fechou-se. O fato é que a iniciativa resgatou o papel da UEM, que historicamente protagonizou lutas em defesa da universidade pública e de qualidade”.

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