Barros volta à Câmara para votar reforma da Previdência

O presidente Michel Temer decidiu exonerar todos os ministros que possuem mandato de deputado federal para que votem a reforma da Previdência, prevista para ir a plenário no dia 15 de maio. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, numa reunião com os ministros no Palácio do Planalto. Há hoje 15 ministros com mandatos de deputado, entre eles Ricardo Barros, da Saúde.
A informação é de Leticia Fernandes e Eduardo Barretto em O Globo.

O ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy – um dos que deixará o cargo temporariamente – não deu previsão de data para que retornem ao Congresso, mas negou que esse gesto exponha a fragilidade da base que dá sustentação ao governo Temer.
— É um ato com simbolismo muito grande. É um reforço, como se fosse reforçar um time — disse Imbassahy:
— A gente não vai ser prisioneiro de data — completou.
Perguntado sobre como ficariam as pastas sem titulares, o ministro afirmou que há “bons secretários executivos”. Ele disse ainda que a decisão de fazer com que os ministros retomem os mandatos mostra a “determinação” de Temer.
— Tudo que tiver que ser feito será — garantiu Imbassahy.
Apesar de negar infidelidade da base, o PSB é a legenda que mais preocupa, já que dificultou a vida do governo na primeira votação da urgência da reforma trabalhista, votando em massa contra a aprovação. O partido ocupa o Ministério de Minas e Energia com Fernando Coelho Filho. O ministro chegou 40 minutos atrasado à reunião de Temer com mais de 15 ministros.
O governo também usou da mesma estratégia na votação da polêmica PEC que limitou os gastos públicos, no fim do ano passado. Um dos exonerados na ocasião foi justamente o ministro Fernando Coelho, visto hoje como o titular que menos controla os votos da bancada na Câmara.
Antes, o calendário do governo para a reforma da Previdência previa a votação do texto na comissão nesta semana e pretendia levá-lo a plenário da Câmara no próximo dia 8. Agora, a votação na comissão especial ficou para o dia 2 de maio, e o plenário deve ocorrer no dia 15.
Imbassahy minimizou ainda a possibilidade de o PSB fechar questão contra as reformas prioritárias e disse que o ministro foi “muito enfático” no sentido de pedir que os deputados caminhem no sentido contrário.
— O ministro Bezerra Coelho Filho foi muito enfático contra isso (o partido fechar questão contra o governo) — declarou Imbassahy, que disse ainda que o governo não será afetado pela questão, já que “outros partidos” fecharão questão a favor do Palácio do Planalto.
Na reunião desta segunda, Temer também pediu que nenhum ministro viaje nesta semana para reforçar as conversas com parlamentares. O próprio presidente, que viajaria na quinta-feira para Recife para visitar o porto de Suape, decidiu ficar em Brasília.
O ministério de Temer tem 15 deputados federais eleitos para este mandato. São eles: Osmar Serraglio (Justiça), Raul Jungmann (Defesa), Mauricio Quintella (Transportes), Mendonça Filho (Educação), Roberto Freire (Cultura), Osmar Terra (Desenvolvimento Social), Ricardo Barros (Saúde), Fernando Bezerra Coelho Filho (Minas e Energia), Sarney Filho (Meio Ambiente), Leonardo Picciani (Esportes), Marx Beltrão (Turismo), Bruno Araújo (Cidades), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Ronaldo Nogueira (Trabalho). Há ainda dois senadores: Blairo Maggi (Agricultura) e Aloysio Nunes (Relações Exteriores).

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