As confusões da Gradual

Gradual

De Márcio Kroehn, na revista IstoÉ desta semana, sobre a corretora de valores mobiliários que cuida de R$ 3 bilhões de ativos de terceiros, entre eles dinheiro da Maringá Previdência, desde a época em que seu superintendente era o atual secretário municipal de Gestão:

Fraude na emissão de debêntures desencadeia uma série de problemas para a corretora de Fernanda Braga de Lima. Ela está sendo acusada pela ex-cliente Incentivo Investimentos de gestão fraudulenta, operações suspeitas de câmbio e associação com pessoa inidônea: Meire Poza, a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef.

Em meio à operação Lava Jato, a mais abrangente devassa sobre corrupção no Brasil, está sendo investigado um suposto esquema de fraude e operações suspeitas de câmbio no edifício de número 50 da avenida Juscelino Kubitschek, no bairro do Itaim, em São Paulo.
A região é conhecida pela concentração de empresas ligadas ao mercado financeiro, como gestoras, corretoras, fundos de private equity e bancos de investimento.
Até a semana passada, esse era o endereço da Gradual Corretora de Valores Mobiliários, que está de mudança para o número 1909 da mesma avenida. Entre administração e gestão de fundos de investimento, a Gradual cuida de R$ 3 bilhões de ativos de terceiros. Conhecida no mercado como uma corretora agressiva, com um histórico de problemas na bolsa, a empresa está sofrendo graves acusações junto ao Banco Central e na Justiça.
À frente da Gradual está Fernanda Ferraz Braga de Lima. Ela assumiu o negócio em 2006, após o falecimento de seu pai, o fundador Paulo Cesar Lima. Com passagens pelo JP Morgan, em Londres, e Merrill Lynch, em Nova York, Fernanda iniciou um ousado processo de consolidação e ampliação das atividades da corretora. O objetivo era aproveitar o crescimento do interesse dos investidores individuais pelo mercado de renda variável e se posicionar como uma alternativa aos bancos. Mas a derrocada da economia nos últimos anos desmoronou os planos de Fernanda.
Nos últimos três anos, ela se envolveu em controvérsias que vão desde multas e perda de selo de operador de qualidade na B3 até a criação de títulos podres, passando por associação com Meire Poza, a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, o homem-bomba da Lava Jato. Para entender essa história, é preciso voltar um pouco no tempo, até março de 2016. No dia 24, a Incentivo Investimentos, que possui aproximadamente R$ 400 milhões sob gestão, encaminhou um e-mail para a Gradual alertando para um “grande engano” num ativo adquirido no dia 10 para o Incentivo Fundo de Investimento em Direitos Creditórios Multisetorial II. Leia mais.

Advertisement
Advertisement