Fim da dinastia Barros?

Barros

Dinastia, segundo a Wikipédia, é , em resumo, uma sequência de governantes considerados como membros da mesma família. Há quem considere que a família Barros constituiu, em Maringá, uma verdadeira dinastia, mas há quem fale em doutrina.

Um amigo contou-me que leu numa rede social um interessante artigo, tratando justamente disso. O articulista questiona se o que chama de doutrina Barros teria chegado ao fim. Resumidamente, escreveu que a doutrina Barros se constituiria em: 1- procurar ser sempre governo, seja em Brasília, em Curitiba ou em Maringá; 2- Não atacar os adversários publicamente, mas promover o ataque mútuo entre eles; 3- Investir pesado em campanhas, com a contratação de cabos eleitorais, distribuição de material e formação de largas coligações partidárias; e 4- Alinhar-se com certa fração da imprensa, seja em Maringá ou em Curitiba.
Prosseguiu analisando as últimas eleições para prefeito, em Maringá, onde Ricardo teria sido o grande perdedor. Disse o candidato vencedor se apresentou como anti-Barros, ainda que tenha tenha tido um parceria politica duradora no passado e que em parte já teria sido restabelecida. E concluiu com uma advertência ao capo:Talvez seja a hora de Ricardo Barros repensar sua doutrina. Da esquerda ele nunca teve nem terá apoio. A direita já perdeu a paciência com os camaleões políticos e com seu “pragmatismo”.
Concordo que o jeito Barros de fazer política pode ser considerado uma verdadeira doutrina, digo eu (Akino). Vejo que ele seria o grande perdedor das eleições, fosse quem fosse o candidato do grupo. Mas penso que Ulisses foi o grande vencedor por um trabalho feito nos quatro anos de mandato de vereador, dois dos quais como Presidente da Câmara, onde teve atuação independente. Como anti-Barros todos os candidatos (Quinteiro, Humberto, Flávio Vicente e outros, fora Silvio II,) também se apresentaram. Ulisses teve o mérito e aqui peço licença para transcrever comentário do vereador Homero Marchese (com quem eu tinha relacionamento cordial, de parceria mesmo, antes, mas pessoalmente após a sua eleição) que recebi, a propósito de postagem que fizemos no final de outubro de 2016, antes do segundo turno. Escreveu ele, em e-mail que me enviou: ‘Impecável o texto de hoje sobre o egoísmo político do capo. Ricardo sempre fez política praticando o que chamo de canibalismo político: diante de alguma liderança na cidade, ele a trazia para dentro do grupo, principalmente com o oferecimento de secretarias. Uma vez trazidas para dentro da administração, essas pessoas eram automaticamente identificadas como coadjuvantes do grupo pela população. O resultado? Enfraquecimento das presas e fortalecimento do predador. Veja Iraclezia, Flávio Vicente, Quinteiro, Fahur, entre outros… O maior mérito de Ulisses foi ter percebido essa lógica e a ter invertido’.
Vejam, digo eu (Akino) que o vereador reconheceu o mérito de Ulisses e seu distanciamento do grupo, ou seja, não se deixou ser catequizado na doutrina Barros. Dizer que ele recobrou a parceria seria duvidar da nossa inteligência. Tratar educadamente um ministro e sua turma é dever de qualquer prefeito, pessoa de fino trato como Ulisses. Mas daí a pensar que ele é seguidor da ‘doutrina Barros’, a distância e grande.
A derrota dos Barros para Ulisses seria o fim da dinastia política deles, em Maringá? Penso que sim. Não acredito que haja possibilidade de nenhum membro da família e do grupo ter sucesso nas próximas eleições. Mas também não vejo espaço para radicais, sejam de direita ou de esquerda.
Akino Maringá, colaborador

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