O risco da política do conflito

Há quem se preocupe com a ocorrência de confusão, no próximo sábado pela manhã, defronte a Câmara de Maringá.

Às 9h30 foi agendado o lançamento de um comitê pró-Lula, iniciativa do Partido dos Trabalhadores com apoio de outros partidos políticos e de entidades reunidas na Frente Brasil Popular. Os senadores Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB) são presenças confirmadas, além de outros nomes ligados à esquerda, em especial os que defendem o ex-presidente da República.
Um outro evento, às 9h, pela prisão de Lula, foi então convocado pelo Facebook por pessoas que se referem aos organizadores e simpatizantes do lançamento do comitê, incluindo os senadores, como “pilantras”. “Vamos escorraçar esses vagabundos da nossa amada Maringá”, diz o convite na internet, que tinha até esta tarde mais de 60 confirmações de presença. Na internet, a organização é creditada ao grupo Patriotas de Maringá, que em 2017 promoveu a vinda à cidade do deputado federal Jair Bolsonaro. A justificativa é de que os organizadores do ato pró-Lula passaram a divulgar que “Maringá se levanta contra a cassação de Lula”, como se a maioria dos maringaenses fosse contra a condenação do ex-presidente.
Há quem acredite que o tom belingerante aumente (o evento do PT foi marcado primeiro, com reserva do plenário do Legislativo para cerca de 300 pessoas; o segundo está sendo divulgado para a frente do prédio) e descambe para o tumulto e até para a violência. Apesar de muita gente duvidar da falta de mobilização de setores da direita e da esquerda locais, em momento que política chega a enojar, precaução é sempre bom, especialmente quando há escassez de bom senso. Talvez seja este o momento de as autoridades da área de segurança pública passarem a acompanhar o caso, sob pena de arrependimento.

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