“O lixo é reciclável, mas na prática é difícil”

A implantação do incinerador para a queima do lixo já foi decidida pela administração municipal, como se vê pelo depoimento do secretário Leopoldo Fiewski ao Ministério Publico, em outubro do ano passado. Ele afirma que teve impressão “muito boa” da usina de aproveitamento energético de resíduos, ao visitar a França e os Estados Unidos, onde, sabe-se agora, esteve acompanhado de dois técnicos do IAP. O vapor, garantiu, “sai na chaminé já tratado” e “os poluentes seriam em índices bem abaixo do limite máximo exigido pelas resoluções do Conama”. “No mínimo será feito obrigatoriamente duas audiências públicas (sic), uma sobre a definição da parceria público privada e outra para a análise do EIA/Rima, estudo/relatório de impacto ambiental ao meio ambiente”. Na prática, isso significa que o negócio milionário do incinerador está decidido há tempos, inclusive com a participação do órgão ambiental, faltando somente a audiência da PPP e do EIA/Rima.
O mais grave é constatar que no mesmo depoimento ele reconhece que “potencialmente tem-se metade do lixo reciclável, no município. O lixo é reciclável, mas na prática é difícil implementar-se”.

Ao final, se o papel do gestor deveria ser aplicar a lei da Política Nacional de Meio de Resíduos – que diz no seu artigo 7o serem objtivos a proteção da saúde pública e da qualidade ambiental e a não geração, redução, reutilização, reciclagem – por que então esse desespero em impor um incinerador, sendo que os resíduos são recicláveis?

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