O fim do mundo

Por Donizete Oliveira:
Resolvi escrever sobre este tema porque muito está se falando nele. No ano dois mil, quando também havia o boato sobre o fim dos tempos, não se falou tanto. Esperava que em 2012, as pessoas estivessem mais informadas. Mas, ao contrário, parece que há mais desinformação.
Desde menino ouço essa história de fim do mundo. Minha mãe costumava dizer: “Dois mil chegará, dois mil não passará”. Aquilo me dava um medo. Se viesse uma chuva forte com raios e trovões, pronto, pensava, é o fim.
Cresci, e a leitura de livros me mostrou que o mundo não podia acabar assim de um dia para o outro. Quando li “Viagem ao centro da terra”, de Júlio Verne, descobri que nosso planeta é misterioso e belo. Quase nada conhecemos das profundezas da terra.
Mais tarde, li os livros do suíço Erich Von Daniken, autor de “Eram os deuses Astronautas”. Nos anos 70 e 80 este livro estava nas rodas que discutiam os mistérios que nos envolvem. E muito se falava sobre o fim do mundo. Outro livro dele que me fascinou: “O dia em que os deuses chegaram”. Eric era um sujeito esforçado. Embora não seja um cientista, viajou por vários países. A principal teoria dele é que extraterrestres teriam visitado a Terra e construído monumentos, como as pirâmides do México e Egito. Não deixa de ser uma afirmação simpática, mas sem respaldo científico.
Da década de 90 em diante, esse tipo de livro proliferou-se. Muita gente escrevendo sobre mistérios que envolvem a Terra e, por consequência, seu fim. Pessoas de todos os naipes e formação falam, estipulam data, mas nada acontece.
E não vai acontecer. A Terra está inserida num processo de evolução universal. Um dia pode acabar, ou melhor, se transformar, como diria Lavoisier: “Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.
Nosso planeta evoluirá, atingirá novos umbrais e nós, humanos, iremos juntos. Como toda mudança gera dor, não ficaremos imunes. Mas será uma mudança lenta e gradual. Que já está ocorrendo.
Estima-se que em 2050 seremos 9 bilhões de pessoas no mundo. Hoje, são sete bilhões. Pobreza, caos urbano e outras mazelas indicam que a vida não será fácil na Terra.
Portanto, estamos num planeta que se transforma. Naturalmente e pela influência humana. Não bastassem os constantes terremotos, que ocorrem por movimentação das placas tectônicas, interferimos no meio ambiente. Solo envenenado, água contaminada, árvores derrubadas.
A natureza que é forte e sábia dará uma resposta. Nosso planeta seguirá seu curso. Um dia pode acabar, mas ninguém sabe quando. Agora, a vida, sim, pode ser destruída, como já ocorreu no passado da Terra.
Sobre a previsão Maia que o mundo acabaria em dezembro de 2012. Talvez, tenha sido mal interpretada. Pelo que sei, os Maias se referiam ao mundo como se fosse um ciclo. Então, pode ser o fim de um ciclo, não do mundo.

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