Carta manifesta repúdio à conferência

Representantes da Universidade Estadual de Maringá na conferência pública que alterou o Plano Diretor, na última segunda-feira, divulgaram ontem uma carta aberta à comunidade universitária repudiando a condução do evento, feita pelo secretário Leopoldo Fiewski. Além de criticar a proposta de transposição da UEM, a carta conclama a comunidade acadêmica a ficar atenta às propostas que são elaboradas nos gabinetes da gestão municipal em períodos de transição de governo e de encerramento do ano letivo, “pois suas consequências comprometerão o futuro de nossa instituição”. A íntegra da carta:
“Representantes da Universidade Estadual de Maringá foram designados pela Portaria do Reitor n. 967/2012 – GRE para participação na Conferência Pública convocada pela Prefeitura Municipal, no dia 10 de dezembro de 2012, para tratar das alterações das Leis Complementares ao Plano Diretor de Maringá 886/2011, 888/2011, 908/2011 e 916/2012. São Leis de fundamental importância para a cidade e em particular para a Universidade, pois a Lei 886/2011 trata de mudanças no Sistema Viário de Maringá, que prevê inclusive a transposição da UEM.
Foram designados 55 servidores para participar no segmento poder público, considerando a condição da UEM como instituição do poder estadual, em acordo com o inciso I do Art. 10º do Regimento da Conferência: “gestores, administradores públicos e parlamentares – federal, estadual e municipal”. Entretanto, a comissão preparatória da conferência reuniu-se e deliberou que a Universidade participaria apenas no segmento civil dentre as entidades profissionais, acadêmicas, de pesquisa e conselhos profissionais, com um número reduzido de vagas. Foi protocolado recurso ao Prefeito Municipal ainda na sexta-feira, dia 7 de dezembro, conforme prevê artigo 15 do Regimento da Conferência. Os servidores chegaram às 8h da manhã na Câmara Municipal, local da Conferência, e permaneceram até as 10h30 sem poder adentrar ao plenário. Quando finalmente conseguiram entrar, apesar do aparato policial, foram informados de que as inscrições não tinham sido aceitas como poder público.
Esta atitude desqualificou a UEM como instituição pública, que conta, inclusive, com quadros altamente qualificados com condições de contribuir com as mudanças no Plano Diretor.
No início da Conferência foi encaminhada uma questão de ordem, solicitando o adiamento da Conferência para que a UEM pudesse participar de forma adequada à sua importância. A mesa da Conferência sequer colocou em votação a questão encaminhada. A mesa diretora informou que o recurso impetrado ao prefeito, foi negado, denotando total desrespeito à participação democrática da UEM.
A transposição é uma matéria muito complexa que necessita de ampla discussão e análise dos impactos que causará ao patrimônio acadêmico, físico, ambiental, social e humano da UEM e de seu entorno, que não podem ser desconsiderados e muito menos legitimados por atos autoritários.
Conclamamos a comunidade acadêmica a ficar atenta às propostas que são elaboradas nos gabinetes da gestão municipal em períodos de transição de governo e de encerramento do ano letivo na UEM, pois suas conseqüências comprometerão o futuro de nossa instituição.
Representantes da UEM designados pela portaria nº 967/2012-GRE”.

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