PM é denunciado por homicídios e fraude

execucao
O promotor Pedro Ivo Andrade, da 4ª Vara Criminal, ofereceu denúncia por duplo homicídio e fraude processual e pediu a prisão preventiva do cabo da PM Carlos Alberto do Nascimento, que atualmente se encontra detido por ordem do juízo da 4ª Vara Cível de Maringá na Colônia Penal Agrícola de Piraquara. O policial é acusado de ter executado Jeferson Alexandre de Morais, 31, e de Raphael Rezende Nogueira, 33, em novembro do ano passado. As informações foram publicadas em O Diário. Segundo a promotoria, após uma perseguição policial pelas ruas da Zona 7, em Maringá, Morais e Nogueira bateram em um muro e, neste momento, teriam sido executados. O promotor narra, na denúncia, que o soldado Tiago Carabelli, que dirigia a viatura, ficou no veículo da polícia, enquanto o cabo Nascimento desceu e se aproximou do carro dos suspeitos. “O denunciado, com manifesta intenção de matar, aproximou-se da janela do passageiro do veículo e, sem propiciar às vítimas qualquer chance de defesa, vez que estavam desarmados e ainda se recuperando da colisão, efetuou vários disparos contra eles com a pistola que portava”, diz trecho da denúncia.
Na sequência, segundo Andrade, o cabo da PM forjou a cena do crime e modificou posição dos corpos. Além disso, teria colocado um revólver calibre 38 no colo das vítimas. “Ele (denunciado) alterou a posição dos corpos, a fim de conferir ares de legalidade para a ação delituosa que acabara de praticar, visando o arquivamento do inquérito policial militar a ser instaurado”, relata o promotor. Nascimento também responde por outro crime de homicídio ocorrido em 2002. Em relação a esta morte, o policial tem julgamento marcado para o dia 3 de julho, no Tribunal do Júri de Maringá.
A irmã de uma das vítimas pediu ajuda aos blogs de Maringá e região para que acompanhe os fatos divulgando o andamento do caso. “O que entristeceu a família foi a forma como as vítimas foram nomeadas – bandidos, traficantes, ladrões, assaltantes, etc. Meu irmão foi um ex-presidiário, porém no caso citado ele foi morto simplesmente por não parar em uma abordagem policial, pois ele sabia que iria perder o carro por não ter carteira, único bem material que ele gozou em vida. É importante o esclarecimento e a imparcialidade por parte da imprensa, para que informações publicadas não direcionem a opinião pública de maneira tendenciosa.” Foto: Alan Santos.

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