Após 55 horas, greve do Samu chega ao fim

Paralisação Samu 126 - procuradores
Em nova rodada de negociações nesta quarta-feira, por volta das 11 horas, o prefeito Carlos Roberto Pupin (PP) apresentou contraproposta aos servidores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Em assembleia, realizada no início da tarde, a categoria aceitou a proposta, abrindo mão da gratificação mensal de R$ 450 e, portanto, suspendendo a paralisação (na foto, procuradores do município com os servidores). Desde que foi deflagrada, às 7 horas de segunda-feira, a primeira greve do governo Pupin teve 54 horas de duração. Em ofício entregue à comissão de negociação, formada por dirigentes do Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá (Sismmar) e socorristas, Pupin aceitou a redução da jornada de trabalho – de 40 para 36 horas semanais (6 horas por dia) – dos teleatendentes e controladores de frota do Samu. Em busca desse benefício, o sindicato já havia ingressado na Justiça contra a Prefeitura de Maringá. “Por lei eles têm de trabalhar no máximo 6 horas diárias e isso não vinha sendo respeitado pela administração”, explica a presidente do Sismmar, Iraídes Baptistoni.
Também formalmente, Pupin prometeu que o Samu será uma das três prioridades na revisão do Plano de Carreira, Cargos e Remuneração (PCCR), que tem implementação prevista para novembro. As demais prioridades, elencadas pela comissão do PCCR (da qual o Sismmar faz parte) e acatadas pela administração municipal, são:
– Incorporar ao salário base o abono de R$ 200, que já é pago a todos os servidores do município;
– Incluir as auxiliares de creche no PCCR específico do Magistério.
O abono será incorporado por primeiro às categorias consideradas prioritárias. “Para esses trabalhadores, o abono vai ser incorporado de forma escalonada, antes de novembro, até porque eles [socorristas] não tem carreira, pois são celetistas [e não estatutários, como a maioria dos servidores]”, comenta a presidente do Sismmar. Com a incorporação do abono, aumenta-se, por exemplo, o valor da hora extra paga aos servidores.
O compromisso de Pupin também inclui realização de melhorias nas condições de trabalho, como a compra de mais ambulâncias e local adequado para limpeza das viaturas, dentro do prazo acordado com o sindicato. O pagamento de vale alimentação aos socorristas também faz parte do acordo. “Nenhuma pauta foi resolvida de imediato, mas o sindicato entende que é necessário esse prazo para que os problemas sejam solucionados”, diz Iraídes. De acordo com o Sismmar, apesar do fim da paralisação, o estado de greve está mantido. Na prática, isso significa que se esse acordo firmado por escrito com o prefeito não se efetivar, a categoria pode reiniciar a greve a qualquer momento.

Manifestações de apoio
A greve do servidores do Samu, considerados “anjos” por muitas pessoas que já tiveram a vida de amigos e familiares salvas por socorristas, vinda ganhando cada vez mais demonstrações de apoio da população. No segundo dia de paralisação, por exemplo, ao cruzar pela panfletagem dos servidores, em semáforos perto do Paço Municipal, um grupo de estudantes afirmou que se a greve continuasse eles se juntariam aos protestos.
Na manhã desta quarta-feira, terceiro dia da greve, a Associação dos Procuradores Municipais de Maringá (Apromar), por deliberação de sua diretoria, manifestou apoio público à greve do Samu. A associação reconheceu o movimento como “legítimo e pacífico, sem meios violentos ou ilegais”, colocando-se à disposição dos grevistas para sanar dúvidas jurídicas. A entrega do documento de apoio à greve aconteceu no final da manhã, diante do Paço Municipal.
“Acreditamos que o pleito dos colegas é justo e merece ser ouvido, analisado e, na medida do possível, atendido pela administração municipal, porquanto a estruturação dos órgãos públicos e a valorização do serviço público reflete, certamente, numa melhor prestação dos serviços públicos a toda a população maringaense”, diz o documento da Apromar, que ressalta o direito à greve. “O movimento de indignação dos servidores do Samu, que é totalmente aceitável num Estado Democrático de Direito e, inclusive, garantido constitucionalmente, apenas externa esse sentimento coletivo”. (Assessoria/Sismmar)

Advertisement
Advertisement