Paralisação tem adesão de 90%


Em protesto contra a falta de valorização profissional, engenheiros, arquitetos e agrimensores da Prefeitura de Maringá fazem, nesta sexta-feira, um dia de paralisação. Organizado pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá (Sismmar), o manifesto teve início às 8 horas diante do paço municipal, onde serão realizados protestos até as 17 horas. De acordo com dirigentes sindicais, 90% dos 54 trabalhadores da categoria aderiram à paralisação. O dia de paralisação visa a intensificar a luta da categoria pelo pagamento da gratificação por responsabilidade técnica, que já é concedida a procuradores e contadores do município. Recentemente, a câmara municipal estendeu o benefício também a arquitetos, engenheiros e agrimensores, mas o prefeito Carlos Roberto Pupin (PP) vetou o projeto de lei aprovado pelos vereadores. “Cadê a isonomia?”, reclama a presidente do Sismmar, Iraídes Baptistoni. “A responsabilidade dos engenheiros é grande e eles também têm direito à gratificação, porque se uma obra apresentar problemas, no período de 50 anos, eles são responsabilizados”, explica a sindicalista.
De acordo com o Sismmar, o pagamento da gratificação por responsabilidade técnica é de 100%. Caso aprovada, dobrará o rendimento de engenheiros, arquitetos e agrimensores. A gratificação compensaria um problema criado pela administração municipal, que se recusa a respeitar o piso salarial da categoria. Na Prefeitura de Maringá, o salário base inicial de um engenheiro é de aproximadamente R$ 2,7 mil – valor que corresponde a apenas 41% do piso dos engenheiros, de R$ 6,5 mil. Segundo Iraídes, o sindicato espera reunião com a equipe de governo, nesta sexta-feira, para negociar avanços.
Assim como ocorre com os socorristas do Samu, Pupin tem alegado que reivindicações salariais serão atendidas no Plano de Carreira, Cargos e Remuneração (PCCR), previsto para ser efetivado em novembro – após ser prometido por oito anos pelo ex-prefeito Silvio Barros (PP). “Se o PCCR não sair do papel em novembro, não tenham dúvida de que haverá uma grande greve na prefeitura”, disse a vice-presidente do Sismmar, Solange Marega, em discurso diante do Paço Municipal. A revisão do PCCR beneficiaria cerca de 10 mil servidores municipais.
A segunda paralisação enfrentada por Pupin esta semana – a outra foi a greve do Samu, que durou 54 horas –, terá entrega de panfletos à população e apitaço. Por volta das 9 horas, vestidos de preto, engenheiros, arquitetos e agrimensores fizeram um enterro simbólico, dando as mãos ao redor de um caixão disposto poucos metros da entrada principal do Paço Municipal. Alguns dos servidores usaram capacetes de obras e nariz de palhaço.
Às 10 horas, o ato foi repetido próximo à entrada do Auditório Hélio Moreira, onde acontecia um evento da Saúde. Um funcionário em cargo comissionado tentou impedir o apitaço, mas recuou diante da indignação da categoria. O evento recebe, desde cedo, grande cobertura da imprensa.
Ao contrário da greve do Samu, que teve 90% de adesão, mas com servidores se revezando para manter 50% do atendimento à população, nesta paralisação dos engenheiros os trabalhados foram interrompidos por completo nesta sexta-feira. Como não se trata de um serviço de emergência, considerado essencial (como o do Samu), não é preciso manter número mínimo de servidores na ativa. A categoria retomará as atividades, normalmente, na segunda-feira. (Assessoria/Sismmar)

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