Quem lucrou com desapropriações tinha livre acesso à prefeitura

Quatro dos denunciados (Carlos Eduardo Marques e Wilson Godoy, de Marília, SP, e Valderlene de Oliveira Vargas Silva e Antonio Luiz de Lima, de Maringá) de acordo com as investigações do MP, identificaram as oportunidades de “negócio”, iludiram os proprietários, obtiveram as opções de venda, obrigaram os expropriados a lhes pagar as comissões e intermediaram a definição do valor a ser pago pelas indenizações. “Em contrapartida, obtiveram vantagem patrimonial ilícita em prejuízo de seus “clientes”, a quem induziram e mantiveram em erro, cobrando-lhes o indevido pagamento de comissões sobre o valor da indenização paga pelas desapropriações dos imóveis, tudo sob os olhares complacentes” do ex-prefeito e secretários (Viana e Manzato permanecem como auxiliares do prefeito Carlos Roberto Pupin). Durante o processo, o procurador geral do município chegou a receber os acusados em seu gabinete, para tratar do andamento das aquisições. Um dos denunciados circulava com desenvoltura nas salas dos servidores encarregados do pagamento das desapropriações. Para o MP, houve uma ação orquestrada para prejudicar os proprietários e enriquecer alguns, “regida” por Silvio Barros II e executada por Valter Viana e Luiz Carlos Manzato (foto). O ex-prefeito anuiu toda a ação, “tanto que não se furtou a retificar o decreto de desapropriação sempre que se mostrou necessário para assegurar a realização dos “negócios”; não impediu que os seus auxiliares diretos realizassem contatos com os atravessadores; não determinou a realização de qualquer tentativa de acordo amigável diretamente com os desapropriados; teve conhecimento dos Laudos de Avaliação e, não obstante, autorizou os pagamentos das indenizações sempre em valores abaixo do considerado justo pelos técnicos avaliadores”, o que se configura ato de improbidade.

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