Quase metade do Congresso tem parentes políticos


A crise de popularidade que afeta as instituições políticas brasileiras, em particular o Legislativo, é fruto de um complexo de fatores, entre os quais deve contar a persistência de clãs regionais – famílias que, a cada renovação do corpo de parlamentares, seguem dando as cartas na política local ou nacional. Para mapear esse panorama, a Transparência Brasil fez um levantamento sobre o parentesco político dos congressistas eleitos e sua distribuição por partidos, estados, regiões, idade e gênero. O resultado mostra que quase a metade deles têm parentes políticos. Eles têm relação de sangue direta (como filhos ou netos) ou indireta (cônjuges e cunhados, por exemplo) com políticos que já ocuparam algum cargo eletivo (governadores, deputados etc.). Os percentuais são mais altos entre congressistas jovens, nordestinos, mulheres e detentores de concessões de rádio e TV. Embora nada haja de ilícito com políticos alavancarem parentes ou serem por eles promovidos, a transferência de poder de uma geração a outra da mesma família pode provocar dois problemas: tanto a formação de uma base parlamentar avessa a mudanças significativas como a perpetuação no poder de políticos tradicionais desgastados ou até impedidos de concorrer em eleições. Do Paraná é citado mais de um terço da bancada na Câmara Federal (Cida Borghetti, Ratinho Junior, Abelardo Lupion, Angelo Vanhoni, Cezar Silvestri, Dilceu Sperafico, João Arruda, Nelson Padovani, Reinhold Stephanes, Rubens Bueno, Sandro Alex e Zeca Dirceu) e dois senadores (Gleisi Hoffmann e Roberto Requião). Confira o relatório completo acima.

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