A ‘ética seletiva’ do racismo

Patrícia Moreira, a torcedora demitida do emprego, vítima de ameaças de estupro e de morte e que teve a casa apedrejada, decidiu que permanecer em Porto Alegre, onde mora, é um risco à sua vida. Tudo por que, no calor da torcida, cometeu crime de racismo. Ela é milhares de outros torcedores. Apenas alguns foram flagrados no momento do ataque. O xingamento de Patrícia encheu a tela. Pergunta-se: mandar uma Presidente da República para ‘aquele lugar’ na abertura de um evento mundial não seria igualmente crime? E quando a mãe de um juiz é acusada de puta durante os 90 minutos de um jogo? E quando ele próprio é vítima de todo tipo de agressões verbais? Que a jovem gaúcha receba a punição devida, mas o exagero em torno do caso é típico dos excessos da chamada ‘ética seletiva’. Algumas coisas a sociedade tolera como ‘normais’. Outras, até piores, são condenadas ao extremo. Em tempo: Aranha tem uma esposa loira. Será que teria alguma coisa contra as negras?
Edivaldo Magro

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