Estão de brincadeira!

De Edivaldo Magro:
Sou um modesto assalariado, igual no bolso e na penúria a milhões de brasileiros que não deveriam depender, por não precisar, dos bancos. Mas por esses caprichos das circunstâncias, somos reféns do ‘sistema’. Filas enormes, atendimento precário, taxas absurdas, juros então… O quadro se torna mais caótico ainda quando bancários recorrem à greve para obter percentuais miseráveis de aumento. Na pauta, colocam lá algum item como ‘mais contratações, fim de metas abusivas’ para tentar tornar a paralisação, digamos, mais ‘politicamente correta’. Não sei quanto ganha um bancário, mas deve ser uma mixaria, não diferente de outras categorias profissionais. Mas se especializaram de tal forma em paralisações que se rivalizam apenas com os professores – das instituições de ensino superior, em particular. Gostaria de saber quais foram os ganhos reais que os bancários obtiveram com as últimas greves? O percentual deve ser miserável.

Sou vítima da greve como tantos outros brasileiros que, hoje, especialmente, precisaram dos bancos. Na porta de uma agência bancária, grupo se distraía com baralho. Filas enormes nos caixas eletrônicos. Nenhum funcionário para organizar o tumulto, prestar algum tipo de auxílio. Nada. Alguém grita 6. Gargalhadas. Um cenário triste, deprimente – e muito revoltante! Creio que paralisações de categorias profissionais representam a incompetência de lideranças sindicais que, sem capacidade de negociação, levam funcionários a esse extremo – e daqui a pouco vira dilema: esgotam-se os argumentos, a greve perde força e os grevistas retornam ao trabalho com uma merreca de aumento, que poderia ser obtido na mesa, sem a necessidade da paralisação. Filme repetido esse. Tudo é pensado para acontecer assim, na véspera das eleições. Foi assim em 2010. Deve ter uma lógica perversa nesse modelo de comportamento de lideranças sindicais. A quem interessa a greve? Por que sempre nesse período? Estão de brincadeira!
P.S: para concluir – e demonstrar o nível de ‘profissionalismo’ da greve, treinada com a devida frequência, reproduzo frase do presidente do sindicato dos bancários de Maringá. “… É o período do ano em que deixamos o trabalho no banco para lutar…”. Ano que vem tem mais, deduz-se da fala. Mas é bom lembrar que não tem eleição. Talvez fique para 2016 – ou 2018.

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