Os cones na sede da OAB

cones OAB
Em frente à OAB Maringá haviam dois cones guardando vaga de estacionamento. Fiquei esperando, do outro lado da avenida JK, meu ônibus passar. Nisso fiquei matutando, matuto que sou. Bem, matuto como sou tratado. Mas sou sabido e, acima de tudo, um forte, certo, Euclides da Cunha? E fiquei pensando… pode isso? Quem fiscaliza? Quem detém a competência ou a atribuição ou a jurisdição ou qualquer nome afrescalhado para “responsabilidade”, de quem é a responsabilidade pela via pública, pombas?
Na minha mente vem Setrans, depois Detran, algo do gênero. Sendo via municipal, município de Maringá, por uma de suas secretarias. De qualquer modo, o segundo pensamento sobrepõe os demais: o que esperar da sociedade quando a instituição que se considera a última fronteira da moralidade não é o melhor exemplo? A OAB arrota por aí que fez e aconteceu na Ditadura, que implantou a Democracia no Brasil… que o Comitê 9840 é mais sério que um cachorro fazendo suas necessidades. sei!
Aqueles dois pensamentos se unem: mas o vice-presidente da OAB não tem um cargo comissionado na administração municipal? Aí o desespero: a quem recorrer quando o vice-presidente desta instituição está coligado, mancomunado, inserido e sacramentado no rolo todo? E que carro do ano, que sedan, que esportivo, que motoca invocada é mais merecedora de espaço público do que os demais?
Meu ônibus chega e interrompe minha linha de pensamentos. Entro, cumprimento o motorista, senhorzinho boa-praça, bom sujeito ele. E sigo para mais um dia de árduo trabalho, mas convicto de que algo não está nem um pouco certo. E se algumas coisas não melhorarem eles saberão que não estão lidando com um matuto qualquer. Não somos mais cones na sociedade. Nos tratam como cones, mas não somos não! Ah, mas não mesmo!
Ernesto Lorpa, trabalhador maringaense

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