Uma ‘proposta infame’

Do deputado distrital Chico Vigilante, líder do Bloco PT/PRB:

O PMDB ao contrário do que afirma sempre atuou como oposição, sempre trabalhou com aliados de outros partidos contra o governo de Dilma e contra o país, obedecendo a tese do quanto pior, melhor.
Um aliado do PMDB neste viés do retrocesso, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) deveria ou sair do partido ou pedir à direção da agremiação para retirar do nome Partido Popular, a expressão popular, após sua proposta infame como relator do Orçamento de 2016, na Comissão de Orçamento da Câmara Federal, de cortar R$ 10 bilhões do programa Bolsa Família. 
O corte proposto pelo parlamentar corresponde a nada menos que 35% do total previsto para o programa no próximo ano, de R$ 28,8 bilhões.
O Bolsa Família representa 2,65% da despesa total do governo federal deste ano e menos de 0,5% do PIB, portanto, é uma despesa que não afeta significativamente o orçamento. Mas o que evidencia a postura de Barros não são os números do orçamento, mas sim suas declarações.
Até pouco tempo um ilustre desconhecido entre cinco centenas de deputados, hoje Barros se empolga ao afirmar que a mídia o transformou em “pop star“. No entanto, ele sabia muito bem que propor cortar no Bolsa Família – considerado o maior programa de inclusão do mundo – e criar ao mesmo tempo uma aresta com Dilma, atrairia os holofotes em sua direção.
Proprietário de várias cotas de capital em empresas diversas, de construtoras a empresas de rádio e locação de veículos, Barros quer atentar contra 50 milhões de brasileiros, cujas famílias recebem uma ajuda média de R$163,57 por mês para sobreviver, sair da miséria absoluta e alcançarem um patamar superior de educação e condições de trabalho.
O deputado do PP e seus aliados não estão preocupados em comemorar com o Brasil a primeira geração de crianças que não passaram fome e estão na escola. Talvez esteja mais interessado em atuar em nome dos interesses dos doadores dos R$ 3,1 milhões que, segundo o Jornal Valor Econômico, ele arrecadou para se eleger.
O Bolsa Família mantém 36 milhões de pessoas fora da extrema pobreza e garante que 17 milhões de crianças e adolescentes estejam na escola.

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