Propina era de até R$ 800 mil em dinheiro vivo, diz ‘laranja’

Reportagem de Rogerio Waldrigues Galindo, Diego Ribeiro, Euclides Lucas Garcia e Catarina Scortecci, publicada hoje na Gazeta do Povo, revela que testemunhas ligadas à construtora Valor, responsável pelas obras investigadas na Operação Quadro Negro, afirmam que o dono da empresa fazia saques de até R$ 800 mil em dinheiro vivo e que essa verba era repassada irregularmente a pessoas ligadas ao governo do Paraná.
Segundo os depoimentos, ouvidos pelo Gaeco, o dinheiro era desviado de obras de escolas estaduais em um esquema que teria beneficiado autoridades do primeiro escalão.

Uma das testemunhas ouvidas pelo Gaeco, Vanessa Domingues de Oliveira, diz que os cheques usados para fazer os saques somaram R$ 6 milhões. Vanessa, que diz ter sido sócia “laranja” da Valor, afirma que o desvio era feito por meio de falsas medições nas obras tocadas pela empresa. Os fiscais ordenavam o pagamento da obra afirmando que ela estava dentro do cronograma, o que não seria verdade. Segundo as testemunhas, houve casos em que 99% da obra havia sido paga quando só 10% tinham sido executados.
Entre as pessoas que teriam recebido dinheiro, segundo as testemunhas, estariam os deputados Ademar Traiano (PSDB), Plauto Miró (DEM) e Tiago Amaral (PSB), o conselheiro do Tribunal de Contas Durval Amaral e o secretário estadual de Infraestrutura, Pepe Richa. Os deputados e Durval negam as acusações. Pepe disse que não comentaria o caso. O governador Beto Richa (PSDB) também negou a denúncia de que dinheiro desviado teria sido usado em sua campanha de reeleição. As acusações contra políticos foram enviadas à Procuradoria-Geral da República. O ex-vereador Juliano Borghetti, irmão da vice-governadora Cida Borghetti (Pros), foi preso e indiciado por tráfico de influência neste caso (leia mais). Abaixo, o proprietário da Valor, Eduardo Lopes de Souza, no Gaeco.

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