A (curiosa) história da investigada Valor, do Paraná a Moçambique

quadro negro

De Rogerio Waldrigues Galindo, na Gazeta do Povo:

Os depoimentos das testemunhas ouvidas pelo Ministério Público na Operação Quadro Negro permitem que se reconstrua uma história da Valor Construtora – peça-chave no esquema de desvio de recursos de obras de escolas públicas no Paraná que vem sendo desvendado pelo Gaeco. Não apenas uma história “formal”, com as datas oficiais de abertura, mudança de sócios e dos principais contratos, mas também uma história de como o esquema foi se organizando e crescendo dentro da empresa.
A Valor começou a operar no rastro de outra empresa de Eduardo Lopes de Souza, a EGC Construtora e Obras, que entrou com um pedido de recuperação judicial em 2010 – deixando centenas de ações trabalhistas em aberto. A nova empresa surgiu para locar os equipamentos pesados que restaram. No entanto, desde o princípio Eduardo não tinha como assumir formalmente a propriedade – o primeiro “laranja” que usou para assinar os documentos em seu nome na Valor teria sido o irmão, Rogério.
O uso de testas de ferro se perpetuaria na empresa, devido às restrições do real dono, registrado de início com um salário de pouco mais de R$ 3 mil. Salário que, segundo a atual “proprietária” da empresa, Vanessa Domingues de Oliveira, só teria sido elevado para cerca de R$ 7 mil depois que parte dos rendimentos de Eduardo (20%) teriam sido vinculados ao pagamento das ações trabalhistas anteriores. Os funcionários, aliás, se perguntam, a partir disso, como ele teria os vários carros de luxo com que andava e que entregava aos familiares (todos com as placas “BES”), incluindo Porsches e Audis (leia mais). (Foto Albari Rosa/Gazeta do Povo)

Advertisement
Advertisement