Funcionalismo decide denunciar administração ao MP

Sismmar

No 42º dia da campanha salarial 2016, e ainda sem qualquer contraproposta do prefeito Carlos Roberto Pupin (PP) às reivindicações da categoria, os servidores públicos de Maringá realizaram ontem à noite assembleia geral para definir novas ações de mobilização.
Entre elas, a categoria deliberou por apresentar uma denúncia no Ministério Público contra a administração municipal.
Segundo o Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá, a denúncia vai se basear no fato de os dados dos gastos com a folha de pagamento dos servidores anunciado no Portal de Transparência o Município não baterem com relatórios apresentados ao Tribunal de Contas do Estado e ao Sinconf. Essa disparidade foi notada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.
De acordo com o estudo do Dieese, o Portal da Transparência do Município apresenta um gasto de 41,37% com a folha de pagamento. Contudo, ao TCE a Prefeitura informa que a despesa com pessoal consome 44,99% do orçamento, enquanto que o percentual informado ao Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro foi de 45,95%.
“Essa situação nos causou estranheza”, comenta Iraídes Baptistoni, presidente do Sismmar. “Segundo o técnico do Dieese, isso não é comum ocorrer nos municípios”, acrescentou Iraídes, referindo-se ao economista Fabiano Camargo da Silva, que na assembleia desta quarta apresentou aos servidores detalhes do estudo técnico do Dieese que aponta a capacidade da Prefeitura de Maringá de conceder o reajuste de 17,5% reivindicado pelos servidores – sendo 11,08% de perdas da inflação e 6,42% de ganho real.
A assembleia aprovou também novas ações de mobilização, entre elas a entrega de um ofício chamando os 15 vereadores a comporem a mesa de negociação, nesta sexta-feira, às 8 horas. A administração municipal informou, inclusive aos vereadores, que nesta data enfim apresentará uma proposta à categoria. O convite decorre do fato de que, na sessão ordinária da última terça-feira, os vereadores já manifestaram apoio aos servidores na campanha salarial.
Entre outras deliberações, ficou definido ainda a realização de uma nova vigília na porta do Gabinete do prefeito, nesta sexta, às 8 horas. O plantão deve ser mantido durante todo o dia, com a previsão de um número ainda maior de servidores no “marmitaço” na hora do almoço. Ficou decidido que os servidores que não puderem comparecer à vigília comparecerão ao trabalho, na sexta-feira, vestidos de preto. “Ou com um laço preto, no caso dos trabalhadores que tem de usar uniforme no trabalho”, explica Iraídes.
Uma nova assembleia geral foi convocada para o próximo sábado, às 8h30, na Câmara de Maringá. Em pauta estará a avaliação da proposta a ser apresentada por Pupin e a deliberação sobre o indicativo de greve. Há o receio da categoria de que o prefeito não conceda sequer a inflação ou proponha o pagamento parcelado do reajuste.
As reivindicações da categoria permanecem inalteradas. Na assembleia anterior, no último dia 9, a categoria reformulou o pedido inicial, reduzindo o reajuste de quase 22% para os 17,5% sugeridos pelo Dieese. E manteve outras quatro pautas prioritárias da Campanha Salarial 2016, entre elas a implantação do vale-alimentação de R$ 350 para todos os trabalhadores da Prefeitura (os servidores da Câmara já têm o benefício).

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