Lista: políticos podem ter recebido mais do que o declarado

De Laryssa Borges e João Pedroso de Campos, na Veja:

As planilhas apreendidas nas buscas e apreensões na casa do diretor-presidente da Odebrecht Benedicto Barbosa Silva Júnior, o BJ, trazem os nomes de mais de 200 parlamentares de 24 partidos e escancara a capilaridade das empresas de Marcelo Odebrecht como financiadora de campanhas de detentores de cargo eletivo.
Além de registros contábeis de doações eleitorais legítimas, as tabelas retratam repasses duvidosos, classificados como “bônus”.

Nas supertabelas da Odebrecht, políticos são catalogados com divisões por Estados, partido e tipos de candidaturas, se municipal, estadual ou nacional. Em uma planilha sem referência a data, no Estado de São Paulo, por exemplo, existem rubricas para onze partidos, incluindo PT, PSDB, PMDB e PSB. Mesmo em casos de doações oficiais, o registro é de que não houve entrega do recibo original da doação em diversas tabelas com repasses para as eleições de 2012. Não fica claro apenas pelas planilhas, porém, se os nomes apontados ali estão de fato envolvidos em esquemas criminosos. Não há também por ora relatórios com análises dos peritos federais que elucidem a questão.
Ainda que as supertabelas da Odebrecht não possam ser relacionadas de imediato ao departamento da propina da empresa, a deflagração da 26ª fase da Lava Jato, na última terça-feira, tornou pública a atuação, por cerca de seis anos, de restrita equipe de confiança de Marcelo Odebrecht, dividida entre São Paulo e Salvador, e incumbida de uma única tarefa: repassar dinheiro sujo a corruptos. Sofisticada, a contabilidade do bunker era feita a partir de um programa de informática chamado MyWebDay e usava um sistema de comunicação próprio, o Drousys, instalado pelo irmão de Luiz Eduardo Soares, autor do e-mail sobre “bônus” a políticos. Para não deixar rastros mais evidentes, no sistema de comunicação, todos os usuários possuíam um login próprio. Fernando Migliaccio, preso na Suíça tentando esvaziar um cofre, era Waterloo, a secretária Maria Lúcia Tavares era Túlia. Hilberto Silva, o chefe, era Charlie. Leia mais.

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