Paraná está deixando de ser atraente para indústrias estrangeiras, dizem alemães

Câmara Comércio

Trecho de reportagem de Adriana De Cunto, publicada hoje na Folha de Londrina:, sobre encontro da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha com jornalistas, ontem, em Curitiba:

“Os conselheiros da AHK-PR presentes no café da manhã com os jornalistas reconheceram que o momento econômico no Brasil é extremamente difícil, acreditam que o País vai vencer as dificuldades a médio e longo prazo e não pouparam críticas às representações políticas paranaenses. Na opinião deles, o Paraná está carente de grandes lideranças e de importantes projetos de desenvolvimento econômico.

Daniel Korioth, da Bosch, considerou que o Paraná está deixando de ser um estado atraente para indústrias estrangeiras por falta de previsibilidade nas regras do jogo, por problemas de infraestrutura e também pelos custos trabalhistas. Max Forte, presidente da Brose do Brasil, observou que além do setor de papel e celulose, o Estado está fraco em grandes anúncios de investimentos. “Estamos carentes de planos mais macros”, considerou. O empresário lembrou ainda que o nível educacional dos trabalhadores da indústria paranaense é mais elevado que em outras regiões do País, mas ressaltou que isso não se traduz em maior produtividade e competitividade.
Para outro conselheiro da AHK- PR, o consultor de Recursos Humanos Bernt Entschev, o País está desprovido de bons projetos. “Nossos governantes estão confusos, não sabem e não conseguem fazer um projeto”, avaliou. Todos os conselheiros presentes ao encontro frisaram que em momentos de crise investir em inovação é uma parte importante do caminho que garante a sustentabilidade. Emilio Abelenda, diretor da Kleiberit, lembrou que é papel do poder público estabelecer algumas estratégias para motivar as empresas estrangeiras que aqui se instalaram a continuarem no local e também para atrair novas indústrias.
Mas como sobreviver a esse período difícil? Os alemães têm uma dica: controlar os custos e adaptar os produtos às necessidades do mercado. “E no meio desse furacão, nós não podemos perder a visão de futuro, para não estarmos muito encolhidos na hora da arrancada”, resumiu Hoffrichter.

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