Conjunto de gafes mostra visão anacrônica do ministro da Saúde

De Kennedy Alencar, hoje na CBNN:

Não é verdade o que disse Ricardo Barros, que os homens cuidam menos da saúde porque trabalham mais que as mulheres, que têm, na média, carga de trabalho semanal superior em quatro horas, de acordo com o IBGE.
Barros tem uma visão antiga, que coloca as mulheres numa situação de inferioridade.

O ministro da Saúde já quis trazer religiosos para debater a questão do aborto, que tem uma legislação bem restritiva no Brasil e que é um problema de saúde pública para mulheres pobres.
Não viu problema em usar um tipo de pílula do câncer se ela fosse apenas um placebo, porque a ‘fé remove montanhas’, ele afirmou. Já falou em redimensionar o tamanho do SUS. Depois recuou, diante da repercussão negativa de sinalizar a intenção de reduzir o atendimento público de saúde, o que afetaria os mais pobres.
Recentemente, deu apoio à discussão sobre um plano de saúde popular, com padrão abaixo das exigências de atendimento da Agência Nacional de Saúde. Ou a ANS está fazendo exigências demais que devem ser revistas, para que seja possível ter um plano de saúde mais barato para todos, ou o ministro está admitindo criar uma categoria de plano de saúde abaixo do que o órgão governamental considera hoje adequado. Certamente, isso atende aos donos dos planos de saúde e não aos usuários.
Todas as pesquisas mostram que a saúde está no topo da preocupação dos brasileiros. Com o provável fim da interinidade, Michel Temer deveria avaliar se valeria a pena trocar o comandante do Ministério da Saúde por alguém que realmente entenda do riscado.

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