Maringá, a próxima cidade livre do fracking

Nevoeiro em Maringá

A Câmara de Maringá vota amanhã o projeto de lei 13.986/2016 que proíbe a exploração do gás de xisto do subsolo por fraturamento hidráulico, método não convencional altamente poluente conhecido por fracking.
Subscrita por todos os vereadores e em acordo como Executivo, a proposta será aprovada em primeira e segunda discussões e encaminhada para sanção.

O projeto proíbe outorga de água e emissão de alvará para empresas que forem explorar o gás de xisto do subsolo por fracking, além de impedir o trânsito de caminhões com produtos químicos perigosos e a realização de testes para aquisição sísmica.
Fracking é o método não convencional utilizado para a extração do petróleo e gás de xisto. Milhões de litros de água são injetados no subsolo a altíssima pressão misturados com areia e um coquetel de mais de 720 substâncias químicas, muitas delas cancerígenas e radioativas. Além dos impactos ambientais, contaminação das reservas de água e poluição do ar, a tecnologia também está associada a terremotos. Para extrair o metano, um hidrocarboneto sujo e perigoso, são feitas fortíssimas explosões na rocha do folhelho pirobetuminoso de xisto, provocando a instabilidade do solo. Em regiões onde há uma propensão natural a atividades sísmicas, os abalos são potencializados.
Assim com Arapongas, Maringá estará protegida dos impactos ambientais, econômicos e sociais do Fracking antes mesmo da Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP) vender o subsolo para a indústria dos combustíveis fósseis. Em 2013, o governo brasileiro vendeu blocos para exploração do gás de xisto que atingem 122 cidades do Paraná. A previsão é 154 outras cidades do Norte e Norte Pioneiro entrem na próxima rodada de licitações ainda sem data definida.
A sessão na Câmara está marcada para as 16 horas e contará com a participação de Reginaldo Urbano Argentino, presidente da Cáritas Paraná, membro da Coesus – Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida – e coordenador regional da 350.org Brasil.
“Fizemos uma ação, junto com outras entidades e movimentos sociais, para que Maringá fique livre do gás da morte que provoca destruição ambiental, contaminação da água, arrasa com a economia, polui o ar e mata as pessoas e animais”, alerta Reginaldo.

fracking

No último domingo, 11, os participantes da Assembleia Arquidiocesana de Maringá puderam conhecer os riscos e perigos do fracking, tecnologia minerária que ameaça o Paraná e outros 14 estados brasileiros. Reginaldo fez uma palestra para capacitar e mobilizar os líderes religiosos, que assumiram o compromisso de levar para as paróquias e municípios as orientações passadas pela equipe da campanha Não Fracking Brasil. A Aras Cáritas e o arcebispo de Maringá, dom Anuar Battisti, estão engajados na luta contra o fracking na região.

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