Pedido de vista salva ministro da Saúde de condenação

ricardo barros

De Erci Zambon, do Jornal de Brasília:

O ministro da Saúde Ricardo Barros pode ser exonerado por ter se valido de seu cargo para fazer campanha eleitoral no Paraná.
De acordo com denúncia à Comissão de Ética Pública do Palácio do Planalto, ele prometeu empregos e melhorias, em setembro de 2016, durante suas aparições em 30 municípios no interior do estado.

O julgamento do caso, iniciado ontem, foi adiado para 27 de março após o conselheiro Américo Lacombe pedir vistas do processo.
O presidente da Comissão de Ética, Mauro Menezes, esclareceu que o ministro será julgado com base em uma resolução de 2003, que regula a participação de figuras públicas em campanhas. “Muitos ministros têm suas filiações partidárias. Mas, por serem autoridades, não é dado a esses ministros que haja promessas relacionadas a cargos, obras ou verbas”, explicou. Ele acrescentou, porém, que sua fala não é um “adianto de posicionamento”.
Durante as campanhas eleitorais de setembro do ano passado, Ricardo Barros, deputado federal licenciado pelo PP do Paraná, foi flagrado, por exemplo, em vídeos prometendo construir um hospital em Marialva, a 430 quilômetros de Curitiba. Ele também teria se comprometido a ajudar o hospital de Foz do Iguaçu a mudar de gestão.
O ministro alegou, à época, que tinha uma base a preservar, devido a seu passado político, e negou ter prometido benefícios. Ele afirmou que não foi acompanhado por assessores do Ministério da Saúde e, portanto, agiu como deputado, não como titular da pasta. Barros afirmou ter utilizado o próprio carro nos deslocamentos entre as cidades.
Barros também foi citado por Mauro Menezes como beneficiário no processo cujo alvo é o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Conforme denúncia protocolada pelos deputados do PT baiano Afonso Florence e Robinson Almeida, o ministro da Saúde foi colocado no cargo por manobra de Padilha, em troca de apoio ao governo Temer no Congresso. Leia mais.

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