Suprapartidário?

Na última sexta-feira fomos convidados para uma reunião organizada do PSD e convidamos um amigo que veio de São José do Rio Preto, onde militou na política, tendo trabalhado com os ex-mnistro da Agricultura Antônio Cabreira e Gilberto Kassab, que por final foi o idealizador do PSD. Este amigo, que está interessado em conhecer mais da política local e do Paraná, aceitou e como ao final não foi possível conversarmos, e não mais o encontrei, pessoalmente, pedi que colocasse no papel sua impressão do evento. Eis o texto:

‘Chamou-me a atenção o anúncio que o evento teria natureza suprapartidária. Confesso que me pareceu paradoxal aquela assertiva. Todavia, a noite guardava algumas surpresas. Dentre prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, deputados e (ex), lideranças e operadores da política regional abriu-se a palavra ao público, fosse autoridade ou simples cidadão, que levaram sugestões, críticas e questões pontuais ligadas a gestão pública e formas de se tratar as questões de interesse social.
Na sequência, houve vários pronunciamentos, em especial dos integrantes da mesa, mas dois deles destoaram, positivamente.
Ratinho Junior, o mais aclamado da noite, conseguiu silenciar – por alguns instantes – os entusiastas mais eufóricos, quando falou de sua história de vida pessoal. Citou a vida difícil em Jandaia do Sul e quando o seu pai – o apresentador Ratinho – se sacrificou tendo de deixar o lar para tentar a sorte em Curitiba. Afirmou que sofreu junto a sua mãe todo um ciclo de privações, dificuldades,o que se sintoniza com a vida e a história de milhões de brasileiros, muitos deles sem voz no cenário político e social. Embora jovem, mas com experiência política, Ratinho Junior trouxe a público o seu legado pessoal e intransferível. De fato, uma abordagem bem acima de um discurso que traz realces partidários como ponto central.
O prefeitura Ulisses Maia, que foi o grande anfitrião da noite, demonstrou sua maturidade política. Rompeu quaisquer ou eventuais resquícios de divergências para prestigiar e participar do evento que se propunha a realizar o que ele mesmo, Ulisses, afirmou que fizera antes e durante a sua campanha eleitoral: ouvir os cidadãos e seus representantes. Com esse discurso eloquente não perdeu a oportunidade de reafirmar junto aos deputados os compromissos destes com Maringá e seu empenho para com os maringaenses. Ao som de alguns gritos e muitos aplausos Ulisses contagiou e pode confirmar a aprovação de seu recém iniciado governo, agora também junto aos políticos e forças regionais.
Ratinho Junior é beneficiário da trajetória do seu pai, mas não está à sombra deste, pois demonstrou, com orgulho, o que é feito. Ulisses, mais uma vez, colocou Maringá e os maringaenses à frente de interesses secundários. Parece-me que o mestre de cerimônia tinha razão. O evento fora suprapartidário. Mas não para todos.
Akino Maringá, colaborador

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